Fed enfrenta divisões internas sobre afrouxamento monetário. Investidores esperavam corte de 0,25% na taxa de juros. Analistas preveem novos cortes, com projeções de até 0,77 p.p. até 2026
A reunião anual do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, trouxe consigo divisões internas sobre o ritmo ideal para o afrouxamento monetário e especulações sobre o futuro da liderança da instituição. Apesar das divergências, os investidores apostavam em um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa de juros nesta quarta-feira, 10.
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Essa expectativa se baseava em dados recentes que indicavam uma desaceleração da inflação.
A inflação núcleo anual havia desacelerado para 2,8% em setembro, em comparação com 2,9% no mês anterior. Embora ainda acima da meta de 2%, essa redução na pressão de preços sugeria que o Fed poderia considerar um ajuste na política monetária. Juntamente com os indicadores recentes do mercado de trabalho, incluindo uma queda acentuada na taxa de desemprego e contração do ISM Services Employment Index, analistas acreditavam que novos afrouxamentos eram prováveis.
As projeções apontavam para um afrouxamento monetário de 0,77 p.p. até o final do próximo ano, indicando que seriam necessários pelo menos mais dois cortes após dezembro. O mercado também acompanhava de perto a coletiva de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, e o número de cortes que ele anunciaria para o gráfico de pontos indicando a meta para 2026.
O UBS, uma importante instituição financeira, avaliou que os dados recentes pavimentavam o caminho para novos cortes do Fed. John Williams, presidente do Fed de Nova York e vice-presidente do Fomc, havia declarado que havia espaço para um ajuste adicional na meta da taxa de juros, aproximando a política monetária da neutralidade.
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Essa declaração impulsionou as expectativas de um corte em dezembro.
O conselheiro econômico da Casa Branca e possível sucessor de Powell, Hassett, afirmou que o Fed deveria continuar a reduzir as taxas. Analistas avaliavam que, caso Hassett assumisse, ele manteria uma postura cautelosa. Jamie McGeever, colunista da Reuters Open Interest, também observava que o JPMorgan avaliava que, apesar de diretor do Fed, possivelmente discordaria a favor de cortes mais rápidos.
O JPMorgan estimava que três ou quatro membros do Fomc poderiam discordar da manutenção da política monetária. Caso isso ocorresse, as expectativas do mercado indicavam que o Fed aguardaria pelo menos até março antes de novas medidas. Além disso, o banco destacava que, caso os reembolsos de imposto de renda impulsionassem o crescimento no primeiro semestre de 2026, o Fed poderia adiar outro afrouxamento até o final do ano.
O Fomc também divulgaria o Resumo de Projeções Econômicas (SEP), com expectativas sobre crescimento, desemprego e inflação. O JPMorgan esperava que o SEP mostrasse otimismo no curto prazo, refletindo a previsão do Fed de Atlanta de crescimento de 3,5% no terceiro trimestre e resultados positivos das vendas da temporada de fim de ano.
Para o longo prazo, o banco projetava crescimento de 1,6% em 2025, 1,8% em 2026 e 1,9% em 2027.
Quanto ao desemprego, a expectativa era de 4,5% no quarto trimestre de 2025. Em relação à inflação, a mediana do Fomc apontava 3,0% para 2025, 2,6% para 2026 e 2,1% para 2027. O UBS projeta que o Fed implemente dois cortes adicionais na taxa de juros até o final do primeiro trimestre de 2026, caminhando em direção a uma postura de política monetária neutra.
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