Incêndio em Hong Kong: Família busca respostas após morte de esposa e incertezas. Yip Ka-kui revive memórias enquanto investigações sobre o incêndio continuam
Yip Ka-kui exibe fotos em seu celular, capturando memórias felizes com sua esposa, Pak Shui-lin, em locais icônicos como as pirâmides do Egito, a Torre Eiffel e o Taj Mahal. Pak Shui-lin faleceu há um mês, vítima do incêndio mais mortal em décadas, ocorrido no complexo de arranha-céus residenciais Wang Fuk Court.
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Yip, com 68 anos, como muitos outros, perdeu um ente querido na tragédia, um evento que poucos antecipariam em uma das cidades mais seguras e desenvolvidas da Ásia. Enquanto as investigações e operações de emergência continuam sob o governo de Hong Kong, especialistas alertam para as profundas sequelas psicológicas, tanto para os sobreviventes quanto para as famílias enlutadas, com mais de 160 mortos e testemunhas.
Após o início do incêndio, o psicólogo Isaac Yu mobilizou dezenas de colegas para oferecer apoio aos residentes afetados. Yu ressaltou que a magnitude, a rapidez e o impacto da tragédia superaram a experiência de sua equipe. Ele expressa preocupação com o potencial desenvolvimento de estresse pós-traumático em indivíduos que perderam tudo, especialmente aqueles que não buscam ajuda ativamente, o que pode levar a problemas de saúde mental mais graves.
Johnson Wong, um diretor comercial de 51 anos, relatou dificuldades em lidar com a dor, pois dois de seus familiares permaneciam desaparecidos. Apesar da identificação da maioria dos corpos, alguns restos mortais foram reduzidos a cinzas, exigindo testes de DNA que demoram para serem concluídos.
A esposa de Wong esperava notícias sobre a irmã e a mãe, mas recebeu fotos de corpos carbonizados em seu apartamento, gerando questionamentos sobre o futuro.
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Yip deseja que seu apartamento seja reconstruído exatamente como era, enquanto o governo ainda não se comprometeu com a renovação ou demolição do complexo em ruínas. Especialistas estimam que a realocação levará anos. A situação é complexa e repleta de incertezas.
Em dezembro, a polícia anunciou a detenção de 21 pessoas ligadas a empresas de construção e terceirizadas, acusadas de homicídio culposo e fraude. Yip espera que as autoridades esclareçam os aspectos “incompreensíveis” da tragédia, enquanto Wong demonstra desilusão ao buscar respostas.
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