Fabiana Rodrigues conquista prêmio na categoria Educação com análise sobre combate ao racismo, apresentada em dezembro de 2024.
O cabelo de Fabiana Rodrigues da Silva foi cuidadosamente arrumado por sua mãe para a formatura dela na educação infantil. No entanto, o penteado foi desfeito a seco pela equipe da creche para a foto com a beca, um episódio que marcou a trajetória da pesquisadora.
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Atualmente, Fabiana trabalha na USP (Universidade de São Paulo).
Ela defendeu uma tese de mestrado sobre práticas antirracistas na pedagogia, um trabalho que lhe garantiu o 5º Prêmio Vladimir Herzog na categoria Educação. A pesquisa, intitulada “Corpografias Negras: Afetividades e Pedagogias Emancipatórias em Prática Antirracista”, foi desenvolvida por Fabiana.
Um dos pontos centrais da pesquisa é a experiência de seu filho, uma criança negra que enfrentou dificuldades desde cedo, necessitando de tratamentos. Fabiana expressou preocupação com a realidade na educação infantil, destacando que crianças negras recebem menos afeto e atenção em comparação com crianças brancas.
A pesquisadora observou que estereótipos podem levar professoras a considerarem crianças negras como menos delicadas ou limpas. Ela enfatizou a importância do toque na aprendizagem, alertando que a rejeição do corpo pode levar à auto rejeição na criança.
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A dissertação de Fabiana propõe uma transformação nas representações de indivíduos negros e indígenas nos materiais e práticas pedagógicas.
A pesquisa analisa as narrativas sobre pessoas negras, identificando a ausência dessas pessoas em livros didáticos ou, quando presentes, retratadas em papéis subalternos. Fabiana ressalta a influência do conteúdo consumido na formação da percepção de mundo, alertando para a criação de estereótipos através de representações limitadas.
Para reverter esse cenário, a pesquisadora propõe a recriação de imaginários coletivos por meio de novas narrativas positivas. Ela defende a importância de garantir o acesso a representações positivas em livros, mídia e outros contextos, visando combater desigualdades sociais e promover a igualdade.
A iniciativa do 5º Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos, promovida pela Unicamp e pelo Instituto Vladimir Herzog, valoriza pesquisas de graduação, mestrado e doutorado, buscando aproximar a universidade da sociedade na defesa dos direitos humanos.
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