Expressões culturais promovem a inclusão na Apae de Frederico Westphalen
Quinta edição da Semana Municipal da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla ressaltou a relevância da arte e cultura.

A deficiência não limita. A oportunidade transforma. Integre nossa voz! O tema da 4ª Semana Municipal da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, entre os dias 21 e 29 de agosto, em Frederico Westphalen, poderia ser um resumo do papel da arte na vida das pessoas com deficiência.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Na dança, na fotografia, na música ou no cinema, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Frederico Westphalen (Apae/FW) tem investido na cultura como instrumento de inclusão e transformação social. Além de ações isoladas, as iniciativas culturais são parte da rotina da instituição desde a sua fundação, em 1982.
Atualmente, a organização disponibiliza oito tipos de oficinas nas áreas da cultura, que abrangem a dança, o artesanato e o audiovisual. Segundo o professor da Apae, Jeferson Candeten, essas atividades desenvolvem a autoestima, a criatividade e a autonomia dos estudantes, além de inseri-los em diversos contextos sociais.
A oficina de dança oferece ao aluno a oportunidade de desenvolvimento, proporcionando maior conhecimento das possibilidades e limites corporais. A oficina de música amplia as possibilidades de expressão. A oficina de cinema e vídeo utiliza o audiovisual como ferramenta de inclusão social e valorização da pessoa com deficiência. Além disso, ressalta-se que os alunos participaram de exposições itinerantes, cine-debates e até mostras estaduais e nacionais, como o Festival Nossa Arte, da Federação Nacional das Apaes, cuja primeira edição estadual foi realizada na Apae de Frederico Westphalen, em 1998.
Para Aline Felippe, mãe incomum, estudante de Terapia Ocupacional e presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência, a arte proporciona uma via alternativa de expressão que possibilita que indivíduos com deficiência manifestem emoções e vivências que podem ser difíceis de verbalizar. Nesse cenário, a cultura deixa de ser meramente um entretenimento e se transforma em um instrumento que evidencia as potencialidades das pessoas com deficiência, questionando concepções restritivas.
LEIA TAMBÉM:
● O prazo para comprovar as informações no Prouni 2025/2 encerra na sexta-feira
● O curta “Axé Meu Amor”, de origem paraibana, será exibido nesta quarta-feira (3) no Cine Araunda da UFPB
● Fim de ano pode significar fechamento de oito escolas rurais no Paraná, com a comunidade local em protesto
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ainda assim, destaca que persistem obstáculos: a carência de acessibilidade arquitetônica, a ausência de recursos de comunicação inclusiva, a limitada capacitação de profissionais da área cultural e o preconceito continuam a restringir o acesso total às artes. Para ela, é fundamental que programas como a Semana da Pessoa com Deficiência se convertam em políticas permanentes. “Necessitamos de leis de acessibilidade aplicadas, de profissionais capacitados e de incentivo a produções acessíveis. Só assim poderemos assegurar a participação efetiva das pessoas com deficiência nos espaços culturais”, declara.
Essa alegação possui fundamento no Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que assegura a todos os indivíduos com deficiência o direito constitucional de acesso à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer em condições de igualdade com as demais. Contudo, converter essa prerrogativa em prática diária ainda demanda investimentos públicos, qualificação de profissionais e o reforço de políticas culturais inclusivas.
De acordo com Candeten, a retomada de políticas nacionais e editais de fomento já gerou resultados positivos para o município. “A própria Apae foi contemplada nos últimos editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).”
Nos cada movimento de dança, em cada imagem e em cada música, os alunos da Apae demonstram que a arte é mais que expressão: é a defesa de direitos, é a inclusão em ação e é a evidência de que uma sociedade só se completa quando valoriza todas as vozes.
Fonte por: Brasil de Fato