EUA cancelaram vistos de funcionários do governo brasileiro envolvidos no programa Mais Médicos

O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou em um comunicado que o programa “utiliza” profissionais de saúde cubanos.

13/08/2025 22:26

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EUA cancelaram vistos de funcionários do governo brasileiro envolvidos no programa Mais Médicos
(Imagem de reprodução da internet).

O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou a revogação dos vistos de Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, ex-funcionário do governo brasileiro, devido à sua cumplicidade com o programa Mais Médicos, uma parceria com Cuba.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, acusou Sales e Kleiman de serem responsáveis ou de terem participado na “facilitação do estratagema” de Havana, que “explora os trabalhadores de saúde cubanos por meio de trabalhos forçados”.

Em 2013, com o lançamento do programa, o então ministro da Saúde, Alexandre Padilha, se manifestou em defesa do programa e dos servidores aprovados pelos Estados Unidos.

“Não nos curvaremos a quem persegue as vacinas, os pesquisadores, a ciência e, agora, duas das pessoas fundamentais para o Mais Médicos na minha primeira gestão como Ministro da Saúde, Mozart Sales e Alberto Kleiman”, escreveu.

O Mais Médicos mobilizou 15 mil médicos, predominantemente cubanos, para municípios, bairros e distritos sanitários indígenas com carência de profissionais de saúde. O ponto alto do programa foi em 2016, quando 18 mil médicos asseguravam atendimento a cerca de 63 milhões de pessoas em quatro mil municípios.

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O programa foi idealizado por meio de um convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Havana Médicos encerrou sua atuação no governo de Jair Bolsonaro (PL), que havia feito comparações sobre o programa denominando-o “escravidão”. Em reação a essas críticas, a Havana retirou seus médicos do Brasil em novembro de 2018, antecipadamente ao início do governo de Bolsonaro em janeiro de 2019.

O programa foi retomado no terceiro governo Lula. “Nesse governo atual, em dois anos, dobramos a quantidade de médicos no Mais Médicos. Temos muito orgulho de todo esse legado que leva atendimento médico para milhões de brasileiros que antes não tinham acesso à saúde”, escreveu o ministro Alexandre Padilha no X.

No X, o senador Humberto Costa (PT-PE), que atuou como ministro da Saúde entre 2003 e 2005, declarou que os Estados Unidos atacam a noção de saúde pública gratuita. “Enquanto o Mais Médicos oferece atendimento sem custo a milhões no Brasil, Trump persegue quem fez isso acontecer”, escreveu.

O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) também reagiu ao ataque dos Estados Unidos ao Mais Médicos e ao Brasil. “A ousadia do golpe bolsonarista contra o Brasil não tem limites. Agora Trump está punindo servidores que fizeram o Mais Médicos, um programa que ajudou milhões de brasileiros a ter atendimento de saúde”, postou.

Fonte por: Brasil de Fato

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