Estudo aponta que 1,3 milhão de crianças e adolescentes brasileiros perderam pais ou responsáveis entre 2020 e 2021. Covid-19 associada a 284 mil mortes.
Um estudo publicado na revista científica The Lancet Regional Health–Americas aponta para uma triste realidade: entre 2020 e 2021, 1,3 milhão de crianças e adolescentes brasileiros, com idades entre 0 e 17 anos, sofreram a perda de um ou mais pais ou responsáveis residentes.
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A pesquisa detalha as complexas consequências dessa perda, especialmente em um contexto de vulnerabilidade social.
Os resultados indicam que 284 mil dessas mortes foram diretamente relacionadas à pandemia de Covid-19. A análise da orfandade, definida como a perda de um ou ambos os pais, revela um cenário preocupante para a infância no Brasil.
De acordo com o estudo, 673 mil crianças ficaram órfãs de um ou de ambos os pais. Adicionalmente, 149 mil dessas mortes foram atribuídas à Covid-19. Outros 635 mil indivíduos perderam avós ou parentes que moravam na mesma residência e que, em muitos casos, desempenhavam um papel fundamental no sustento familiar.
Dentro desse grupo, 135 mil mortes foram relacionadas à Covid-19. A pesquisa destaca a importância de considerar a rede de apoio familiar e a vulnerabilidade das crianças diante de eventos inesperados.
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O estudo também identificou variações significativas nas taxas de orfandade entre os estados brasileiros. Roraima apresentou a maior taxa de orfandade parental por todas as causas, com 17,5 órfãos a cada 1.000 crianças. Já Santa Catarina registrou a menor taxa, com 9,5 órfãos a cada 1.000.
Ao considerar a morte de todos os cuidadores, Roraima apresentou uma taxa de 31,3 crianças a cada 1.000, enquanto Santa Catarina registrou 17,6.
A análise por causa de morte também revelou diferenças regionais. Mato Grosso liderou com 4,4 óbitos por Covid a cada 1.000 crianças, enquanto o Pará apresentou a menor taxa, com 1,4 óbitos por essa causa.
Em relação a todos os cuidadores, o Amazonas se destacou com 9,6 óbitos a cada 1.000 crianças, enquanto Santa Catarina registrou 3,7.
Os cinco estados com as maiores taxas de órfãos a cada 1.000 crianças, considerando todas as causas, foram: Roraima (31,3), Amazonas (30,7), Paraíba (29,2), Maranhão (29,1) e Rio de Janeiro (29).
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