Espanha anuncia medidas contra o “genocídio” em Gaza
Israel responde acusando Madrid de promover uma “campanha anti-israelense e antissemita”, sendo o governo espanhol uma das vozes europeias mais críticas…

Espanha e Israel trocaram novas acusações nesta segunda-feira (8), após o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciar medidas “para deter o genocídio em Gaza” e Israel respondeu denunciando uma “campanha anti-israelense e antissemita” por parte de Madri. O governo espanhol é uma das vozes europeias mais críticas às ações israelenses em Gaza e frequentemente troca acusações com Israel, que não tem embaixador em Madri desde que o governo Sánchez reconheceu o Estado da Palestina em maio de 2024.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
As ações representam mais um passo para impedir o genocídio em Gaza, responsabilizar seus perpetradores e dar suporte à população palestina.
Sánchez anunciou uma série de medidas nesta segunda-feira, abrangendo um embargo de armas a Israel, a proibição de entrada no espaço aéreo espanhol a aeronaves “que transportam material de defesa destinado a Israel” e a proibição de atracação em portos espanhóis de navios que transportam combustível para o Exército israelense.
A ministra Sánchez ressaltou, prontamente, que uma lei que “consolida legalmente o embargo de armas a Israel, que aplicamos efetivamente desde outubro de 2023” será implementada.
Também incluem a proibição de entrada no território de pessoas “que participem diretamente do genocídio”, a proibição da entrada de produtos “provenientes dos assentamentos ilegais em Gaza e na Cisjordânia” e a limitação dos serviços de consultoria em espanhol às pessoas que residem nesses assentamentos.
Leia também:

Trump afirma que conversará em breve com Putin e expressa confiança no término da guerra na Ucrânia

Milei enfrenta revés em eleições legislativas de Buenos Aires e peronismo assume liderança

Tiroteio em Jerusalém resulta em morte de pelo menos cinco pessoas e 15 feridos
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Por fim, a Espanha aumentará sua ajuda aos palestinos e à agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), acrescentou Sánchez. “Sabemos que todas essas medidas não serão suficientes para impedir a invasão ou os crimes de guerra, mas esperamos que sirvam para aumentar a pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu e aliviar parte do sofrimento que a população palestina enfrenta”, continuou o líder esquerdista.
Campanha contra o Israel.
Imediatamente após, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, respondeu com uma extensa mensagem na rede X, na qual acusou o governo espanhol de promover “uma campanha anti-israelense e antissemita sustentada” com o propósito de “desviar a atenção de graves escândalos de corrupção”.
O ministro mencionava as questões jurídicas que envolvem Sãchez, incluindo a investigação de um caso de suborno em troca de obras públicas contra dois de seus ex-colaboradores, seu ex-vice-presidente Santos Cerdán e seu ex-ministro dos Transportes, José Luis Ábalos.
Sanchez também foi prejudicado pelas investigações judiciais envolvendo sua esposa, seu irmão e o procurador-geral do Estado indicado por seu governo.
O ministro israelense declarou que, em retaliação, seu governo proibirá a entrada em Israel da vice-presidente e ministra do Trabalho da Espanha, Yolanda Díaz, bem como da ministra da Juventude e Infância, Sira Rego, de origem palestina. “É motivo de orgulho que um Estado que comete genocídio nos impeça de entrar”, respondeu Yolanda Díaz na rede Bluesky.
O mais recente incidente diplomático ocorre em paralelo com o falecimento, em Jerusalém Oriental, de um jovem espanhol que havia emigrado recentemente para Israel, sendo uma das seis vítimas fatais de um ataque a tiros realizado, segundo a polícia, por dois indivíduos palestinos em um ponto de ônibus nesta segunda-feira manhã.
O ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023, que originou o conflito em curso, ceifou a vida de 1.219 israelenses, em sua grande maioria civis, conforme apuração da AFP com base em informações oficiais.
As operações israelenses resultaram em pelo menos 64.300 mortes em Gaza, na maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, cujos dados são considerados confiáveis pela ONU.
Com informações da AFP
Publicado por Nícolas Robert
Fonte por: Jovem Pan