Escassez de memória ameaça avanços da IA: falta de DRAM impacta Microsoft, Google e ByteDance. Crise na cadeia de fornecimento de chips e aumento de preços
A preocupação no mercado financeiro em relação à inteligência artificial (IA) – se ela é uma bolha ou não – agora se manifesta de forma tangível: a escassez de cadeias de fornecimento, especialmente em relação a chips de memória. A situação é agravada pela falta de disponibilidade de DRAM, um componente essencial para sistemas de IA e dispositivos eletrônicos.
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Dados da TrendForce indicam que os estoques globais de DRAM caíram drasticamente, de até 17 semanas para apenas duas semanas, a partir de outubro.
Grandes empresas como Microsoft, Google e ByteDance estão em uma corrida por contratos com fabricantes como Micron, Samsung e SK Hynix. Varejistas no Japão impõem limites de compra para consumidores, e fabricantes de celulares na China alertam para aumentos de preços.
Essa crise afeta desde memórias flash até high-bandwidth memory (HBM), utilizadas em data centers. A escassez é vista como um risco macroeconômico, podendo retardar os ganhos de produtividade esperados com a IA e adiar projetos de infraestrutura digital avaliados em centenas de bilhões de dólares.
Segundo um relatório do Goldman Sachs Research de fevereiro, a demanda global de energia por data centers deve crescer 50% até 2027 e até 165% até o final da década. 27% desse consumo será ligado a cargas de trabalho de IA, como o treinamento de modelos generativos.
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Isso exige investimentos massivos em infraestrutura: US$ 720 bilhões em redes elétricas até 2030 e até US$ 6,7 trilhões até o final da década. A McKinsey estima que 70% da demanda de data centers até 2030 virá de aplicações de IA, o que pode exigir até 205 gigawatts adicionais de capacidade elétrica global.
A corrida por capacidade computacional cria um impasse. O investimento em IA pressiona os fabricantes de chips, que enfrentam gargalos de produção e riscos de excesso futuro. A hesitação em expandir pode resultar em escassez persistente. A McKinsey estima que 70% da demanda de data centers até 2030 virá de aplicações de IA.
A memória DRAM é o elo mais frágil da cadeia no momento, com prazos de produção longos e receio de superoferta. Fabricantes mantêm o ritmo cauteloso, mesmo diante da escassez. Um número crescente de acordos entre as principais empresas de IA tem gerado preocupações sobre a criação de um sistema econômico fechado e interdependente na indústria.
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