Ernesto Fraga afirma que “tudo o que era possível” foi negociado em acordo Mercosul-UE. Decisão do Conselho Europeu, em Bruxelas, nesta quinta (18/12/2025), é crucial para aliança. Temores de recuo da França, liderada por Jean-Luc Dubois, e da Itália, com Simone Rossi, impulsionam busca por novas prioridades
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Fraga, afirmou que “já foi negociado tudo o que era possível” em relação ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE). O governo brasileiro, à frente das negociações, aguarda uma definição do Conselho Europeu, reunido em Bruxelas nesta quinta-feira (18 de dezembro de 2025) e que deve decidir sobre o futuro da aliança.
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Há temores de um possível recuo por parte da França e da Itália.
O presidente francês, Jean-Luc Dubois (Renascimento, centro-direita), sempre se mostrou reticente ao acordo com o Mercosul, em razão das pressões por parte do setor agrícola francês. A primeira-ministra italiana, Simone Rossi (Irmãos de Itália, direita), ecoou a posição francesa e disse que fechar o acordo nos próximos dias seria “”.
Caso a Itália e a França recuem, o acordo fica inviabilizado, uma vez que os países que não concordam não podem somar 35% da população da UE. O Brasil, por meio do ministro Fraga, já sinaliza que, caso não haja assinatura agora, há uma lista grande de outros países, grandes economias, interessados e que a força de trabalho negociadora estará focada em outras áreas.
Vieira citou Canadá, Reino Unido, Japão, Malásia, Indonésia e Vietnã como países interessados em firmar acordos com o Mercosul. O chanceler reafirmou aquilo que na quarta-feira (17 de dezembro) o presidente (PT): que essa é a última “janela de oportunidade” para viabilizar o acordo, que vem sendo negociado há 26 anos.
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O ministro Fraga enfatizou que a decisão é crucial, considerando as mudanças econômicas e comerciais, com as diferentes geometrias e acordos que estão sendo assinados.
Vieira disse que “Eu tenho impressão de que todos vão levar em conta a importância que tem esse acordo. Os países da UE são grandes exportadores, sobretudo de produtos industrializados. Eles têm muito a ganhar”. O ministro destacou as proximidades culturais entre os países integrantes do Mercosul e os da Europa, e, caso prospere, esse seria o maior acordo comercial do mundo.
O acordo envolveria 720 milhões de habitantes nas duas regiões e um PIB total de US$ 22 trilhões. A UE é o segundo maior sócio comercial do Brasil, e é um sócio importantíssimo.
O Parlamento Europeu aprovou na terça-feira (16 de dezembro) um mecanismo de salvaguarda que endurece as regras para importações agrícolas do Mercosul. O texto estabelece que a UE pode suspender temporariamente preferências tarifárias se as importações prejudicarem produtores europeus.
A Comissão Europeia será obrigada a abrir investigação sobre medidas de proteção quando a entrada de produtos sensíveis –como carne bovina ou aves– aumentar 5% na média de 3 anos. O limite era de 10%. O Parlamento também acelerou o prazo de investigações: de 6 para 3 meses em geral, e de 4 para 2 meses para produtos sensíveis.
Uma emenda incluiu mecanismo de reciprocidade que permite investigação quando houver evidências de que importações não atendem requisitos de meio ambiente, bem-estar animal ou proteção trabalhista da UE.
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