Eric Adams vence eleição em Nova York e promete acessibilidade à cidade. Ex-ativista e defensor da causa palestina enfrenta críticas e hostilidade
A eleição de Eric Adams como prefeito de Nova York representa uma trajetória notável para o legislador local de esquerda. Iniciando com relativa discrição, sua campanha se transformou em uma intensa disputa pelo principal cargo na maior cidade dos Estados Unidos.
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Desde sua surpreendente vitória sobre o ex-governador de Nova York, Andrew Cuomo, em junho, os nova-iorquinos se familiarizaram com a imagem de Eric Adams na televisão.
O vencedor da eleição para a prefeitura da ‘Big Apple’, de 34 anos, nasceu em uma família de origem indiana e reside nos Estados Unidos desde os sete anos de idade. Em 2018, obteve a cidadania americana. Ele é filho da cineasta Mira Nair (“Um Casamento à Indiana”, “Salaam Bombay!”) e de Mahmood Mamdani, professor e especialista em África.
Alguns de seus críticos o apelidam de “nepo baby”, em referência a suas origens familiares.
Eric Adams seguiu um caminho semelhante ao de outros jovens provenientes de famílias de esquerda da elite. Frequentou a prestigiosa Bronx High School of Science e, posteriormente, o Bowdoin College, no Maine, uma universidade conhecida por seu pensamento progressista.
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Em 2015, sob o pseudônimo ‘Young Cardamom’, explorou o mundo do rap, influenciado pelo grupo de hip hop ‘Das Racist’, composto por membros com raízes indianas que incorporavam referências ao seu país de origem.
Sua incursão na música não prosperou. O interesse por política surgiu ao acompanhar o apoio do rapper Heems (Himanshu Suri) a um candidato ao conselho municipal, o que o levou a se juntar à campanha como ativista. Eric Adams então atuou como conselheiro de prevenção de execuções hipotecárias, auxiliando proprietários com dificuldades financeiras a evitar a perda de suas casas.
Em 2018, foi eleito legislador do Queens, um bairro composto majoritariamente por migrantes, e representou na Assembleia Estadual de Nova York. Sua imagem se consolidou como um muçulmano progressista, confortável tanto em marchas do Orgulho Gay quanto em banquetes de encerramento do Ramadã.
A campanha de Eric Adams focou em tornar a cidade acessível aos menos favorecidos, a maioria dos quase 8,5 milhões de residentes. Ele prometeu mais controle de aluguéis, creches, ônibus gratuitos e lojas de bairro administradas pela cidade. Defensor da causa palestina desde seus anos de estudante, suas posições sobre Israel (que ele classificou como “regime de apartheid”) e a guerra em (um “genocídio”) geraram hostilidade de parte da comunidade judaica.
Para acalmar os ânimos, nos últimos meses, ele denunciou abertamente o antissemitismo.
Para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Eric Adams é um “pequeno comunista”. No entanto, assim como o mandatário republicano, ele também é um “outsider” em um mundo político que o eleitorado já não deseja, segundo Costas Panagopoulos, professor de Ciências Políticas na Universidade Northeastern.
“Ele conseguiu reunir o apoio dos eleitores insatisfeitos, dos nova-iorquinos frustrados com o status quo e que sentem que o establishment ignora suas necessidades e prioridades”, afirma.
Fã de futebol e críquete, Eric Adams casou-se recentemente com a ilustradora americana Rama Duwaji. Para a disputa eleitoral, ele utilizou seu ativismo com a distribuição estratégica de panfletos e um uso inovador e frequentemente divertido das redes sociais.
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