Equipe da Califórnia desvenda vida marinha em zona crepuscular de Guam! Cientistas encontram 20 espécies inéditas em expedição perigosa. Projeto de 2 anos busca proteger recifes
A vastidão do oceano, a mais de 300 pés abaixo da superfície ao largo de Guam, permanece um dos ambientes menos explorados da Terra. Essa região, conhecida como a zona crepuscular, apresenta uma luz quase inexistente, criando um ambiente único e desafiador para a pesquisa científica.
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Apenas submarinos, veículos operados remotamente ou técnicos altamente treinados conseguem acessar essa área, tornando a exploração uma tarefa complexa e perigosa.
Em novembro, uma equipe da Academia de Ciências da Califórnia realizou uma missão crucial para desvendar os segredos da vida nesse ambiente. A equipe utilizou mergulhos perigosamente profundos para instalar e recuperar dispositivos de monitoramento em recifes profundos de Guam, que coletavam dados sobre a vida marinha e a temperatura do oceano há mais de oito anos.
Esses dispositivos, instalados em estruturas rígidas que funcionam como pequenos “hotéis subaquáticos”, são colonizados por organismos de recifes de coral ao longo do tempo.
Durante os oito mergulhos, a equipe conseguiu coletar 13 desses dispositivos, encontrando uma vasta área povoada por criaturas fascinantes. Os cientistas identificaram mais de 2.000 espécimes, incluindo 100 espécies registradas pela primeira vez na região e 20 potencialmente novas.
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Entre as descobertas, destacaram-se um caranguejo da família Pilumnidae, uma possível nova espécie de lesma-do-mar, um peixe-cardinal e uma nova espécie de lesma-do-mar com tons vibrantes. Além disso, a equipe encontrou um caranguejo-eremita com adaptações interessantes para usar conchas de moluscos bivalves como moradia.
No entanto, a exploração também revelou preocupações sobre o futuro desses recifes. Mais da metade das espécies ali é desconhecida, e os recifes já estão sendo afetados pela pesca, poluição e mudanças climáticas. A equipe encontrou detritos plásticos, a maioria proveniente da indústria pesqueira, aumentando com a profundidade.
As mudanças climáticas também representam uma ameaça, com os dados de temperatura indicando que as águas profundas podem estar seguindo as mesmas tendências de aquecimento vistas em outras regiões, contradizendo a ideia de que essa profundidade seria um refúgio seguro.
A expedição em Guam marca o início de um projeto de dois anos para coletar 76 dispositivos de monitoramento em recifes profundos em todo o Pacífico, incluindo Palau, Polinésia Francesa e Ilhas Marshall. O objetivo é obter uma visão mais detalhada da vida na zona crepuscular e, assim, contribuir para a proteção desse ambiente misterioso e ameaçado.
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