Emissões de Veículos Rodoviários no Brasil: Um Panorama Complexo
O Brasil enfrenta um desafio ambiental significativo com o aumento das emissões de veículos rodoviários, apesar dos avanços tecnológicos na indústria automotiva. Um novo inventário nacional, divulgado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente, em coordenação com os ministérios do Meio Ambiente e dos Transportes, revelou um crescimento preocupante nas emissões de gases, principalmente o dióxido de carbono (CO2), entre 2012 e 2024.
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O relatório, fruto de 10 anos de pesquisa, constatou que as emissões de gases causadores das mudanças climáticas saltaram de cerca de 189 para 204 milhões de toneladas, mesmo com a evolução da frota e o uso de combustíveis. O aumento nas emissões de carbono negro, um poluente de vida curta com impactos na saúde humana e no clima, também foi um ponto de atenção.
Conquistas e Desafios na Qualidade do Ar
Apesar do cenário geral, o inventário reconhece avanços importantes na redução de poluentes como o monóxido de carbono (CO) e os óxidos de nitrogênio, que diminuíram significativamente desde o final dos anos 1990. A redução drástica na emissão de material particulado, proveniente da combustão, também é um indicativo positivo.
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No entanto, o CO2 continua a ser o principal vilão, impulsionado pelo crescimento contínuo da frota de veículos.
A Frota em Expansão e a Dependência do Transporte Individual
A frota brasileira ultrapassou 71 milhões de veículos em 2024, um crescimento que começou nos anos 1980 e que representa 34% das emissões de gases do efeito estufa do transporte rodoviário. Quando se considera apenas o CO2, a participação dos carros sobe para 42%.
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Essa dependência do transporte individual, aliada à contribuição dos caminhões (22% e 40% respectivamente), exige uma repensagem da mobilidade urbana no país.
Instrumento para a Gestão da Qualidade do Ar
O inventário nacional das emissões de veículos rodoviários servirá como ferramenta central para a gestão da qualidade do ar, identificando fontes emissoras e quantificando suas emissões. A pesquisa reforça a necessidade de políticas públicas que incentivem a sustentabilidade no setor de transportes, considerando a complexidade do problema e a urgência da crise climática.
