Embrapa aponta queda no consumo de arroz e feijão por brasileiros
Especialistas analisam o impacto nutricional e econômico da nova tendência alimentar que ganha força no Brasil.

Brasileiros Reduzem o Consumo de Arroz e Feijão, Aponta Pesquisa
Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que o brasileiro está consumindo menos arroz e feijão. Os dados indicam que os níveis de consumo per capita estão entre os menores patamares da história, desde os anos 1960.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em 2024, o consumo médio de arroz por pessoa ao ano foi de 34 kg, enquanto o de feijão foi de 13,56 kg. Comparando com anos anteriores disponibilizados pela Embrapa, o pico do consumo médio de arroz ocorreu em 1997, com 48,69 kg. Em relação ao consumo de feijão, o máximo registrado foi em 1967, com 26,57 kg.
O consumo de arroz tem variado entre 33 kg e 34 kg desde 2020, e o de feijão, entre 12 kg e 14 kg. Essa tendência de redução no consumo tem sido observada.
Segundo a professora de Nutrição Rosana Farah, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o prato tradicional do brasileiro perdeu espaço nas mesas do país, devido a fatores culturais e sociais. “Muitos ainda acreditam que o feijão é um alimento que faz ganhar peso e por este motivo também preferem excluí-lo do seu dia a dia. Outro dado importante é que houve um aumento no número de pessoas que comem fora do domicílio, que também pode justificar esta redução”, explicou.
Apesar do crescimento de dietas com menor ênfase em carboidratos e do consumo de alimentos ultraprocessados, arroz e feijão formam uma combinação nutricional importante. “A combinação arroz e feijão é uma excelente fonte de vitaminas, minerais e, também, de proteínas de origem vegetal. É acessível a todos os brasileiros, independente da região e da área de moradia (rural e urbana). O trabalho de educação nutricional, desmistificando questões e reforçando o consumo simples de arroz e feijão deve ser uma política que deve atingir todas as faixas de renda”, conclui Rosana Farah.
Leia também:

ABT: Bolsa Família não causa informalidade no mercado de trabalho

Trump busca apoio de Blair para “conselho de paz” na Faixa de Gaza

Trump defende paz duradoura e Israel deve transformar vitórias em prosperidade
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No cenário econômico, a queda no consumo pode afetar agricultores que dependem dessas culturas. O economista Adenauer Rockenmeyer, delegado do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo, ressaltou que “Os custos de produção, mesmo com a queda nas vendas, se mantêm elevado e até volátil, o que afeta a rentabilidade do produtor. Então, tem uma dualidade entre o aumento dos custos e uma queda da receita por parte do produtor, através também dos preços”.
“Nós também temos de pensar em uma política de abastecimento alimentar nacional, que visa garantir o acesso a produtos e alimentos saudáveis, que vai beneficiar toda a economia brasileira”, concluiu Adenauer.