Embrapa aponta queda no consumo de arroz e feijão por brasileiros

Especialistas analisam o impacto nutricional e econômico da nova tendência alimentar que ganha força no Brasil.

13/10/2025 19:22

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Embrapa aponta queda no consumo de arroz e feijão por brasileiros
(Imagem de reprodução da internet).

Brasileiros Reduzem o Consumo de Arroz e Feijão, Aponta Pesquisa

Uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) revela que o brasileiro está consumindo menos arroz e feijão. Os dados indicam que os níveis de consumo per capita estão entre os menores patamares da história, desde os anos 1960.

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Em 2024, o consumo médio de arroz por pessoa ao ano foi de 34 kg, enquanto o de feijão foi de 13,56 kg. Comparando com anos anteriores disponibilizados pela Embrapa, o pico do consumo médio de arroz ocorreu em 1997, com 48,69 kg. Em relação ao consumo de feijão, o máximo registrado foi em 1967, com 26,57 kg.

O consumo de arroz tem variado entre 33 kg e 34 kg desde 2020, e o de feijão, entre 12 kg e 14 kg. Essa tendência de redução no consumo tem sido observada.

Segundo a professora de Nutrição Rosana Farah, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o prato tradicional do brasileiro perdeu espaço nas mesas do país, devido a fatores culturais e sociais. “Muitos ainda acreditam que o feijão é um alimento que faz ganhar peso e por este motivo também preferem excluí-lo do seu dia a dia. Outro dado importante é que houve um aumento no número de pessoas que comem fora do domicílio, que também pode justificar esta redução”, explicou.

Apesar do crescimento de dietas com menor ênfase em carboidratos e do consumo de alimentos ultraprocessados, arroz e feijão formam uma combinação nutricional importante. “A combinação arroz e feijão é uma excelente fonte de vitaminas, minerais e, também, de proteínas de origem vegetal. É acessível a todos os brasileiros, independente da região e da área de moradia (rural e urbana). O trabalho de educação nutricional, desmistificando questões e reforçando o consumo simples de arroz e feijão deve ser uma política que deve atingir todas as faixas de renda”, conclui Rosana Farah.

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No cenário econômico, a queda no consumo pode afetar agricultores que dependem dessas culturas. O economista Adenauer Rockenmeyer, delegado do Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo, ressaltou que “Os custos de produção, mesmo com a queda nas vendas, se mantêm elevado e até volátil, o que afeta a rentabilidade do produtor. Então, tem uma dualidade entre o aumento dos custos e uma queda da receita por parte do produtor, através também dos preços”.

“Nós também temos de pensar em uma política de abastecimento alimentar nacional, que visa garantir o acesso a produtos e alimentos saudáveis, que vai beneficiar toda a economia brasileira”, concluiu Adenauer.

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