Em Salvador, o Grito dos Excluídos continua a luta em favor da soberania, do meio ambiente e dos direitos
Sob o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, também foram promovidos atos no interior do estado.

Na manhã de domingo (7), vários movimentos sociais, partidos políticos, grupos religiosos, estudantes e trabalhadores ocuparam o centro de Salvador (BA) na 31ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas. Com o lema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, a manifestação, que é um confronto aos desfiles cívico-militares do Dia da Independência, apresentou como pontos centrais a defesa da soberania nacional, do meio ambiente e melhores condições de trabalho.
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Com bandeiras, cartazes e faixas em defesa de direitos e contra a anistia aos golpistas do 8 de janeiro, o Grito buscou consolidar as principais demandas populares e indicar a necessidade de progresso social em direção a um projeto político mais justo e humano para o país.
O momento de apresentar à sociedade as críticas que temos à estrutura do país, aos governos. Mas, ao mesmo tempo, de reafirmar o papel dos movimentos sociais, a luta pela solidariedade. Reafirmar, sem dúvida alguma, alianças para podermos construir cada vez mais um projeto popular na nossa sociedade, salienta o deputado federal Valmir Assunção (PT), também militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O Brasil é do Brasil.
Com os ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil, a defesa da soberania nacional passou a ser um tema central desta edição do ato. Para Gustavo Santana, da coordenação nacional do Levante Popular da Juventude, a luta anti-imperialista também é uma luta em defesa dos direitos do povo brasileiro.
A soberania assegura que o nosso povo tenha seus direitos protegidos, com direito à educação, ao acesso à terra, à saúde, ao trabalho digno e, principalmente, à liberdade. Não toleraremos que os interesses estrangeiros, em especial dos EUA, comprometam a soberania do povo brasileiro. Enfatiza.
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Raquel Nery, presidenta do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia (Apub), afirma que a soberania nacional também está diretamente relacionada à defesa da democracia.
A soberania não se confunde com o patriotismo nacionalista, que, em última análise, destina nosso país para que os interesses pessoais de uns e outros prevaleçam. A Apub se une a essa luta, que é uma luta popular, que busca justiça, superação das desigualdades, é pela vida dos trabalhadores – que está para além do trabalho. Reafirmamos a soberania, e nessa reafirmação é a própria democracia que se fortalece.
Referendo Popular
A campanha do Plebiscito Popular 2025 também se destacou pela sua manifestação na capital baiana. A iniciativa, promovida pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, questionava a população acerca da diminuição da jornada de trabalho, o encerramento da escala 6×1 e a isenção do Imposto de Renda para indivíduos com renda até R$ 5 mil.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), enfatiza a importância da pressão social para que essas questões sejam tratadas com prioridade no Congresso.
Estamos buscando pressionar o Congresso Nacional para que efetivamente conceda a isenção do Imposto de Renda aos trabalhadores e trabalhadoras com rendas até R$ 5 mil, além de tributar os grandes fortunas, celebridades e grandes bancos. Também defendemos o fim da escala de 6×1, que consiste na redução da jornada de trabalho sem a correspondente diminuição da remuneração. Com a mobilização social, poderemos alcançar todos esses objetivos. Essa é a relevância de estarmos nas ruas no dia 7 de setembro, assegurando nossa soberania, democracia e direitos.
O grito na Bahia.
No interior do estado, as ações e manifestações do Grito dos Excluídos e Excluídas iniciaram-se já na sexta-feira (5), e várias cidades também promoveram protestos no Dia da Independência.
Em Feira de Santana, o segundo maior município da Bahia, os protestos ocorreram nas ruas na manhã de domingo, na avenida Presidente Dutra, local onde também acontece o desfile cívico-militar na cidade. Já em Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, os manifestantes se concentraram em frente ao Griphário, na avenida Régis Pacheco, e seguiram para a avenida Brumado. Municípios como Itabuna, Alagoinhas e Senhor do Bonfim também registraram manifestações do Grito no domingo.
Fonte por: Brasil de Fato