Em Portugal, discute-se novos modelos de economia e sociedade, com base nas ideias do Papa Francisco
O movimento declara que o objetivo da reunião é “organizar a esperança” com base nas vivências comunitárias.

O objetivo do 3º Encontro Nacional da Economia de Francisco e Clara, realizado no Recife (PE) entre os dias 11 e 14 de setembro, foi desenvolver um novo modelo de economia. Promovido pela Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara, um movimento inspirado nas ideias do Papa Francisco, o evento reuniu ministros do governo federal, parlamentares, pesquisadores, povos indígenas, líderes religiosos e representantes dos movimentos populares.
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Nesta reunião, discutiram-se as chances de desenvolver esse modelo social diferente com base nas vivências coletivas.
“Este encontro visa afirmar que a economia pode ser justa para todas as vidas, a partir de nossas comunidades. A economia de Francisco e Clara contempla as comunidades e nos propõe um novo horizonte de construção, onde o macro – políticas de Estado – pode considerar as comunidades como experiências concretas de outras economias, sem seguir a hegemonia do capital que domina atualmente e que nos une, uniformiza, endivida, empobrece e aliena”, declarou Eduardo Brasileiro, da comissão organizadora do encontro.
A iniciativa foi recebida como uma denúncia do capitalismo, afirmando que a economia vigente causa morte, exploração, busca por lucro, multiplica vidas sacrificadas, que são extraídas e invisibilizadas. A economia de Francisco e Clara visa potencializar economias voltadas para a vida, declarou Gabriela Consolaro, da comissão organizadora do evento.
O evento, que se estendeu por quatro dias, incluiu discussões com pesquisadores, autoridades políticas, representantes indígenas, membros de pastorais sociais e líderes religiosos, e também visitas a áreas de assentamento e igrejas na capital pernambucana.
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“Nossa missão é organizar a comunidade para retomar processos de esperança. O que é esperança? É organizar o futuro. As comunidades perceberem que, pelo poder popular, podem elaborar projetos de sociedade comunitários, populares, solidários e ecológicos”, defendeu Eduardo Brasileiro.
O padre Júlio Lancelotti integrou as atividades e definiu a “Economia de Francisco e Clara” como um ato de resistência. “É uma economia não fundada na desigualdade, mas na equidade, não na morte, mas na vida, e representa sempre um gesto de resistência”.
O secretário de Economia Solidária do governo federal, Gilberto Carvalho, ressaltou a influência da Economia de Francisco e Clara nas políticas do governo Lula. “Esses caminhos têm uma grande coincidência com aquilo que chamamos de economia solidária, ou seja, uma economia que é mais do que uma economia. É uma visão de mundo, uma visão de vida e um propósito de vida e de sociedade que leva em conta que é possível, sim, uma nova forma de produção”.
Fonte por: Brasil de Fato