Elon Musk lidera plataforma com conteúdo antissemita, aponta estudo

Influenciadores lucram com discurso de ódio enquanto antissemitismo se alastra sem controle nas redes sociais.

29/09/2025 16:10

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Elon Musk lidera plataforma com conteúdo antissemita, aponta estudo
(Imagem de reprodução da internet).

X: Plataforma Preferida para Postagens Antissemitas, Revela Estudo de Longa Duração

Um estudo de um ano, compartilhado exclusivamente com a CNN, expõe uma preocupante realidade: o X, plataforma de Elon Musk, tornou-se a principal plataforma para a disseminação de conteúdo antissemita. A pesquisa, conduzida em conjunto pelo Centro para Combate ao Ódio Digital (CCDH) e pelo Conselho Judaico para Assuntos Públicos dos Estados Unidos, revelou que o antissemitismo não apenas persiste na plataforma, mas também que os mecanismos de moderação, especificamente as notas comunitárias, falham em controlar efetivamente o conteúdo prejudicial.

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A pesquisa identificou mais de 679 mil postagens contendo comentários antissemitas, visualizadas 193 milhões de vezes. Destes, 59% difundiam teorias conspiratórias sobre judeus, como o controle de governos, a natureza satânica ou a negação do Holocausto, enquanto 41% continham ataques diretos ao povo judeu. Apesar da existência de 10 “influenciadores do antissemitismo”, responsáveis por 32% das postagens identificadas, a moderação do X foi extremamente limitada, afetando apenas 36 dos 300 posts antissemitas mais visualizados.

O estudo também destacou a crescente influência de contas verificadas no X, que pagam por selos azuis e têm suas postagens impulsionadas, e de contas que vendem assinaturas de conteúdo exclusivo. Seis dos 10 influenciadores identificados eram verificados no momento da pesquisa, e um deles perdeu seus recursos de assinatura no final do período de estudo. A situação levanta questões sobre a monetização do ódio e o potencial para amplificação do discurso de ódio.

Musk e a Falha na Moderação do X

A aquisição do Twitter por Elon Musk em 2022 gerou expectativas de uma plataforma com regras claras e mecanismos de moderação eficazes. No entanto, o estudo demonstra que o X, sob a liderança de Musk, falhou em cumprir essas expectativas, permitindo que o antissemitismo se prolifera. A reativação da conta de Nick Fuentes, supremacista branco e negacionista do Holocausto, após ter sido suspensa, exemplifica a prioridade dada à “liberdade de expressão” em detrimento da segurança e do bem-estar da comunidade judaica.

Processo Contra o CCDH e a Priorização da Liberdade de Expressão

O X iniciou um processo contra o CCDH em 2023, acusando o grupo de violar os termos de serviço da empresa ao estudar e escrever sobre discurso de ódio na plataforma após a aquisição. O juiz federal rejeitou o processo, criticando o caso como claramente punitivo. O CEO do CCDH, Imran Ahmed, ressaltou que o X “transformou o X em uma fantasia infernal, usando suas próprias palavras”, ao permitir que o antissemitismo se propagasse sem controle. O processo contra o CCDH, segundo Ahmed, foi motivado pelo fato de o X não o processou por difamação, mas sim pelo ato de realizar pesquisa.

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