Em 5 de novembro de 2025, a Eletronuclear informou que um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) indica que a conclusão da construção da usina nuclear Angra 3 representa a opção mais econômica e benéfica para o Brasil, em contraste com o abandono do empreendimento.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O estudo, solicitado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), revela que o custo do cancelamento da usina estaria entre R$ 22 bilhões e R$ 25,97 bilhões, enquanto o custo estimado para finalizar a obra é de R$ 23,9 bilhões.
Cenários Avaliados
O estudo considerou três cenários: a conclusão de Angra 3 com a participação de um sócio privado, conforme o acordo entre Eletrobras e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar); a conclusão integral com recursos públicos da União e da ENBPar; e o abandono definitivo da obra, com detalhamento dos custos e impactos no setor nuclear.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Nos dois primeiros cenários, a tarifa de equilíbrio – o valor necessário para cobrir os custos e garantir o retorno do investimento – variou entre R$ 778 e R$ 817 por MWh (megawatt-hora). Esse valor é inferior ao custo médio das usinas térmicas de grande porte, posicionando Angra 3 como uma das fontes de energia mais competitivas do subsistema Sudeste, segundo o estudo.
Próximos Passos e Deliberação
O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), presidido pelo ministro, deve decidir até o fim de 2025 se aprovar ou não a conclusão da usina, localizada em Angra dos Reis (RJ).
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
LEIA TAMBÉM!
Caso a decisão seja favorável, o governo do presidente (PT) precisará definir a estrutura de financiamento e o modelo de participação privada. A Eletronuclear defendeu que a atualização do estudo confirma a racionalidade econômica, energética e ambiental da conclusão de Angra 3, destacando o papel da energia nuclear na transição para uma matriz elétrica mais limpa e segura no Brasil.
Custos e Manutenção da Usina Parada
Enquanto o debate persiste, a Eletronuclear incorre em despesas significativas, com cerca de R$ 1 bilhão anuais para manter a usina parada. Esse valor é dividido entre R$ 800 milhões em pagamentos de dívidas ao BNDES e à Caixa Econômica Federal, e R$ 200 milhões em conservação de equipamentos e estruturas.
A estatal já investiu aproximadamente R$ 12 bilhões em Angra 3, que possui 66% das obras concluídas. Desde setembro de 2024, a manutenção tem sido financiada com receitas das usinas Angra 1 e 2, responsáveis por quase 15 bilhões de kWh anuais. A usina, com potência projetada de 1.405 MW, tem capacidade de produzir 12 milhões de MWh por ano, suficiente para abastecer 4,5 milhões de pessoas – o equivalente a 70% do consumo do estado do Rio de Janeiro.
