Einstein enfrentou desafios e revisões em sua carreira, incluindo erros matemáticos e resistência a mudanças em suas ideias. A teoria da relatividade, E=mc², e a previsão de ondas gravitacionais foram marcadas por equívocos
Albert Einstein revolucionou a física com sua teoria da relatividade, mas sua carreira também foi marcada por erros e revisões. Entre 1905 e 1946, o físico alemão enfrentou desafios ao questionar fenômenos que se tornariam cruciais na cosmologia, registrando equívocos matemáticos e resistindo a mudanças em suas ideias.
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Paradoxalmente, muitos desses erros influenciaram a física moderna, incluindo as lentes gravitacionais, as ondas gravitacionais e a energia escura.
Em 1917, Einstein aplicou a relatividade geral ao universo, assumindo um cosmos estático. Para ajustar as equações, introduziu a constante cosmológica, um termo que forçava um equilíbrio artificial entre expansão e gravidade. Essa constante criava um estado instável e mascarava a expansão real do universo.
Quando confrontado com os cálculos de Georges Lemaître, Einstein respondeu: “seus cálculos estão corretos, mas sua física é abominável”. Anos depois, com as evidências de Edwin Hubble, Einstein reconheceu o acréscimo como seu “maior erro”.
Ironicamente, o termo retornou à física moderna como representação matemática da energia escura.
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Em 1916, Einstein previu a existência de ondas gravitacionais. Posteriormente, ele negou sua existência física, devido a singularidades em seus cálculos, originadas do sistema de coordenadas utilizado. Einstein confundiu um artefato matemático com uma impossibilidade física real.
Após objeções de colegas como Gösta Nordström e Erwin Schrödinger, ele revisou os cálculos e publicou uma nova versão em 1918. As ondas gravitacionais foram confirmadas quase um século depois, em 2015, pelo observatório LIGO.
Em 1939, Einstein publicou um artigo negando a existência de buracos negros. Afirmou que a singularidade de Schwarzschild era apenas um efeito matemático e que a conservação do momento angular impediria a formação de horizontes de eventos. Menos de um ano depois, Oppenheimer e Snyder demonstraram que buracos negros podiam se formar por colapso gravitacional estelar.
O modelo, baseado na relatividade geral, foi amplamente validado por observações nas décadas seguintes.
Em 1911, com uma versão incompleta da relatividade, Einstein calculou incorretamente a deflexão da luz pelo Sol: 0,83 segundos de arco, valor igual ao obtido por Soldner sob a ótica newtoniana. Em 1915, com a teoria completa, ele corrigiu o desvio para 1,7 segundos — valor confirmado pela observação.
Mesmo após derivar as equações das lentes gravitacionais, Einstein menosprezou sua relevância científica. Em 1936, revisitou o tema, mas novamente desdenhou da possibilidade de observação prática. Anos depois, o fenômeno se tornou fundamental na cosmologia observacional.
Einstein apresentou sua equação mais famosa em 1905, mas cometeu falhas fundamentais na dedução. Críticos como Max Planck e Herbert Ives apontaram inconsistências conceituais e raciocínio circular. A única dedução totalmente rigorosa de Einstein veio apenas em 1907, dois anos após a publicação original.
A validade de E=mc² nunca esteve em dúvida, mas o caminho até ela foi mais tortuoso do que parece.
Einstein rejeitou por décadas o caráter probabilístico da mecânica quântica. Acreditava que uma teoria de variáveis ocultas, ainda desconhecida, explicaria a aleatoriedade aparente. Junto a Podolsky e Rosen, formulou o famoso paradoxo EPR. Mas os experimentos que testaram o teorema de Bell mostraram que não existem variáveis ocultas locais que expliquem o comportamento quântico.
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