A Revolução Elétrica no Brasil: Uma Nova Era para o Varejo
No início dos anos 2000, um setor inteiro da economia brasileira enfrentou um dilema: como lidar com o excesso de dinheiro. As empresas de cigarro, com a proibição de propagandas, precisavam encontrar novas formas de visibilidade. Foi nesse contexto que um jovem de Porto Alegre, Eduardo Costa, teve uma ideia inovadora: transformar lojas de conveniência em pontos de venda estratégicos.
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Aos 17 anos, ele convenceu marcas como Souza Cruz e Philip Morris a reformar postos de gasolina, oferecendo espaços privilegiados nas prateleiras em troca de sua expertise. “Eles não sabiam onde gastar. Eu organizei o espaço e vendi o ponto de venda como mídia”, relembra Costa.
Inicialmente, ele montou sua própria loja, utilizando os recursos restantes para adquirir dois computadores com internet para os clientes.
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A Transformação do Modelo de Negócios
Mais de 20 anos depois, Costa repete o mesmo movimento com uma nova abordagem. À frente da Esquina do Futuro, com 32 postos tradicionais e uma rede de lojas de conveniência, ele lançou uma estrutura inovadora, a primeira do Brasil. A marca aposta em recarga ultrarrápida, conveniência completa e operação própria.
A previsão é que, até o fim de 2025, a rede ultrapasse 50 unidades, começando por Porto Alegre, seguido por operações no entorno da capital, Novo Hamburgo e Maringá (PR), e, por fim, São Paulo.
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A Inovação na Mobilidade Elétrica
A relevância da história da Esquina do Futuro reside não apenas no pioneirismo. A rede surge em um momento crucial da transição para a mobilidade elétrica. Em 2024, o Brasil registrou mais de 150 mil vendas de veículos elétricos, com projeção de ultrapassar 330 mil em 2025, impulsionando a necessidade de infraestrutura de recarga. “Hoje, o Brasil tem mais de 12 mil pontos de recarga, mas menos de 3 mil são rápidos de verdade”, afirma Costa.
A empresa busca oferecer uma experiência completa, combinando conveniência, segurança e operação de ponta a ponta.
A Estratégia da Esquina do Futuro
A proposta da Esquina do Futuro se distingue da concorrência, que muitas vezes se concentra em instalar carregadores lentos em locais como supermercados e estacionamentos. Eduardo Costa busca construir um ecossistema, oferecendo um atendimento humano e um padrão de conveniência. “Ninguém quer sentar no meio-fio enquanto o carro carrega.
A gente vê carregador instalado na frente de lavanderia, sem banheiro, sem cobertura, sem nada. Isso é um desserviço”, diz Costa. Cada ponto precisa cumprir três critérios: segurança, conveniência e estrutura operacional.
O Legado do Grupo Farroupilha
Além da Esquina do Futuro, o Grupo Farroupilha, liderado por Eduardo Costa, possui mais de 500 milhões de reais em faturamento em 2024. A holding administra 32 postos de combustíveis, 23 unidades AmPm, 10 lojas de conveniência próprias (sob a marca Alegrow), 9 centros automotivos e outras seis marcas.
A trajetória de Costa começou com 17 anos, quando ele e o irmão reabriram postos fechados da Shell no Rio Grande do Sul.
Desafios e Perspectivas da Mobilidade Elétrica no Brasil
Apesar da expansão, o setor de eletropostos ainda enfrenta barreiras estruturais graves: Falta de regulamentação clara, alto custo de instalação, infraestrutura elétrica precária, manutenção falha e risco de incêndio em instalações mal feitas.
Eduardo Costa enfatiza a importância da segurança, com extintores específicos para carros elétricos. Ele planeja expandir para outras áreas, como energia renovável e mar aberto, preparando-se para um futuro competitivo na mobilidade elétrica.
