Economistas Projetam Queda na Selic e Impacto no Varejo

Apesar da incerteza sobre o momento exato do primeiro corte na taxa Selic em 2026, a maioria dos economistas espera uma redução nos juros. Essa expectativa é vista como positiva, com potencial para impulsionar o poder de compra dos consumidores, o que beneficia o setor varejista. “A simples expectativa de queda nos juros já eleva o valor das empresas listadas na bolsa, permitindo que seus valores sejam recalculados com base em um patamar mais elevado, considerando a menor influência dos juros altos,” declara Fabio Adegas, CEO da Renner, em uma coletiva de imprensa realizada no início de dezembro.

Ricardo Peretti, estrategista da Santander Corretora, destaca C&A, Renner, Vivara e RD Saúde como empresas com grande interesse entre seus investidores. Ele comenta que o primeiro semestre do ano apresentou resultados positivos, especialmente quando comparado ao mesmo período de 2024, que foi marcado por desaceleração devido aos altos juros e à baixa capacidade de consumo. “A situação atual não é alarmante,” ressalta Peretti.

O fluxo de investimentos nas ações do Ibovespa tem sido relativamente menor em comparação com setores como bancos e energia, mas algumas varejistas com maior liquidez, como RD Saúde e Renner, têm atraído parte desse interesse. “Com a expectativa de corte, observamos um retorno de investidores locais,” afirma Peretti.

A magnitude do corte na Selic terá um impacto significativo no desempenho das ações do varejo. Um corte superior a 2,75% (275 bps) pode gerar uma valorização das empresas, principalmente devido ao aumento esperado no consumo. Setores com produtos não essenciais, como vestuário, cosméticos e viagens, devem se beneficiar mais.

Em contrapartida, o setor de drogarias e atacarejos apresenta menor relevância em relação ao impacto do corte de juros no consumo.

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