Economista defende que o Plano Brasil Soberano deve superar o apoio empresarial e assegurar a geração de empregos

O Ministério Público de Paulo Kliass, anunciado pelo governo Lula, é necessário, porém deve transcender o apoio financeiro às empresas.

13/08/2025 20:45

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Economista defende que o Plano Brasil Soberano deve superar o apoio empresarial e assegurar a geração de empregos
(Imagem de reprodução da internet).

O economista Paulo Kliass avaliou, em entrevista à Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, a Medida Provisória (MP) Brasil Soberano, divulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (13) para auxiliar setores da economia brasileira afetados pela alta das tarifas.

Para Kliass, a medida é necessária, porém, deve ultrapassar o apoio financeiro às empresas.

“É uma ajuda ao país, aos setores, incluindo os trabalhadores dessas empresas”, afirma, destacando que os R$ 30 bilhões anunciados devem proteger não apenas os exportadores, mas também os empregos que podem ser impactados. “É importante que, nesse programa, esteja muito claro que as empresas não podem demitir aquelas que forem beneficiadas e, principalmente, aquelas que forem beneficiadas recuperem os empregos que já foram perdidos”, sugere.

Kliass argumenta que os recursos destinados ao plano de contingência devem ser considerados uma despesa excepcional, isenta do alcance do teto de gastos e da meta fiscal, a fim de evitar que o governo reduza investimentos em áreas cruciais, como saúde, educação e segurança pública, para financiar o plano. Ele utiliza a comparação com a assistência de emergência oferecida aos setores impactados pela tragédia climática que ocorreu no Rio Grande do Sul em 2024.

Ademais, o professor aponta o Novo Reintegra, programa que faz parte da medida e que contempla o reembolso de tributos para exportadores de produtos manufaturados, como um instrumento capaz de impulsionar a industrialização do país. “É imprescindível que o governo considere a proteção das empresas que receberão esse tipo de benefício”, afirma.

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Outro ponto ressaltado pelo economista foi a viabilidade de aquisições governamentais, sobretudo de produtos com prazos de validade curtos que sofreriam perdas com a insucesso das exportações. “Você obtém resultados em ambas as frentes: assegura a compra de um exportador que, inicialmente, está enfrentando a frustração de sua exportação […], e, por outro lado, atende às necessidades da população e do próprio Estado oferecendo alimentos e outros tipos de mantimentos por meio das compras públicas”, explica.

Kliass também destaca a chance de diversificação de mercados para o Brasil, sobretudo com países do BRICS, em especial a China, ressaltando que a ação dos Estados Unidos visa enfraquecer a presença brasileira nesse bloco. “Espero que, pelo menos, com essa crise, [realizemos] aquela transformação: vamos transformar um limão em limonada; quer dizer, que o Brasil acabe fortalecendo seus laços.”, aponta.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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