Economista Alerta para Complacência no Mercado Financeiro
O economista Marcos Mendes, pesquisador associado do Insper, expressou preocupação com a postura do mercado financeiro brasileiro, descrevendo-o como “complacente” e insuficiente para pressionar por correções fiscais. Em entrevista ao jornal WW, da CNN, Mendes ressaltou a falta de urgência e disposição do país para abordar o tema de forma efetiva.
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“O mercado é complacente. A lógica de funcionamento do mercado é: ‘eu vou ganhar dinheiro até onde eu puder ganhar’. É aquela coisa: ‘eu tenho que ser esperto suficiente para sair antes do barco afundar’”, declarou o pesquisador, enfatizando a necessidade de uma atuação mais proativa.
Mendes salientou que o papel do mercado não deve ser o único responsável por direcionar o país para um ajuste fiscal. Ele argumentou que o debate crucial deve envolver a sociedade civil, o Congresso Nacional e especialistas, buscando um consenso sobre as medidas necessárias.
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O economista alertou que a persistência de problemas de coordenação nas decisões coletivas pode levar à retomada da inflação. Ele previu que o Banco Central, em determinado momento, desistiria de controlar a inflação, permitindo que ela subisse e corroesse a dívida pública, o que resultaria em décadas de retrocesso econômico.
Segundo Mendes, a dificuldade em encarar o ajuste fiscal está inserida em um contexto global de adiamento das políticas econômicas dos países. Ele criticou a influência do populismo e a tendência de ignorar as leis da economia, onde o desequilíbrio nas contas públicas inevitavelmente é corrigido, com a dívida pública esmagando os juros.
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O pesquisador ressaltou que a estabilidade de preços é um valor fundamental na sociedade, e permitir que a inflação cresça para solucionar problemas fiscais enfraquece o discurso político. No entanto, ele observou que essa questão tem sido negligenciada por diversos atores, incluindo o governo, o mercado e os partidos políticos.
