“É no Dia do Estudante que manifestamos nossa rebeldia”, declara presidente da Ubes
Jovens mobilizam em protesto em favor da democracia, da soberania e do direito à educação de qualidade no Brasil.

Na data do Estudante, comemorada nesta segunda-feira (11), Hugo Silva, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), argumentou que a data vai além das celebrações. “O dia 11 de agosto, o dia dos estudantes, não é só um dia de comemoração, de celebrar o nosso dia, de postar lá no Instagram a nossa fotinha, mas é um dia muito importante para a luta pelo nosso país”, declarou em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato.
Ele afirma que a data representa um momento de mobilização nacional. “No dia do estudante organizamos a nossa rebeldia, a nossa coragem, a nossa energia que está dentro de nós para conquistar vitórias para o nosso povo brasileiro”, declara.
Hugo menciona conquistas anteriores, como o apoio à campanha por Fora Collor, a mobilização estudantil e popular que, em 1992, exerceu pressão pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello; e a revogação do Novo Ensino Médio, proposta aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) que flexibilizava a organização curricular.
“Tenho convicção de que será assim nos próximos passos na defesa da democracia e da soberania do nosso país”, afirma.
Em suas prioridades para 2025, o líder enfatiza a autonomia política nas escolas e a oposição a medidas internacionais que impactam o Brasil, incluindo os encargos tarifários utilizados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o país.
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Atualmente, no Brasil que temos, muitos estudantes são impedidos de se organizar politicamente em sala de aula. (…) Nesse 11 de agosto, esperamos conseguir nos organizar para defender nosso país contra o tarifismo, contra as sanções econômicas que o presidente Donald Trump quer impor em nosso país.
Políticas estudantis
Hugo também avaliou as políticas estudantis implementadas nos primeiros governos Lula (PT), incluindo o Programa Universidade para Todos (Prouni), o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e a lei de cotas. Para ele, a renovação da lei de cotas neste terceiro mandato representou um avanço, porém ainda é insuficiente.
É insuficiente em relação ao nosso anseio, ainda é pouco diante da nossa vontade de transformação social por meio da educação”, indica. Ele defende uma ampliação ainda maior das cotas e dos programas de acesso à universidade, além de ações para assegurar a permanência dos estudantes no ensino superior.
O objetivo de cada estudante do ensino médio é ingressar na universidade e cabe ao Estado, especificamente ao governo federal, assegurar que essa aspiração se realize.
Hugo destaca a recente aprovação do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), enfatizando que sua regulamentação é imprescindível. “É preciso assegurar que esses estudantes que ingressaram por meio dessas políticas públicas permaneçam com qualidade e produzindo ciência, produzindo desenvolvimento nacional”, afirma.
Para audir e visualizar.
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Fonte por: Brasil de Fato