Dyogo Oliveira defende prioridade do seguro na COP30 para adaptação climática. Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras destaca a necessidade de proteção e resseguros
Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras, ressaltou que o evento em Belém (PA) representa um momento crucial para o setor de seguros no contexto das discussões sobre mudanças climáticas. Ele enfatizou que o evento visa consolidar o reconhecimento internacional das seguradoras como atores-chave na agenda de adaptação climática, um ponto já visível em documentos como a 4ª Carta da Presidência que antecedeu a conferência.
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Oliveira, com experiência como ex-ministro do Planejamento (2016-2018) e presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2018-2019), considerou a COP como a mais equilibrada no debate entre mitigação e adaptação das mudanças climáticas.
Ele apontou que, após a prevalência da discussão sobre a redução de emissões em edições anteriores, a realidade dos impactos do aquecimento global se tornou evidente.
O dirigente explicou que o setor de seguros desempenha um papel fundamental na agenda de adaptação, tanto na ampliação da proteção individual – com um “gap de proteção” de cerca de 80% no Brasil – quanto na criação de programas público-privados para garantir estruturas críticas, como escolas e hospitais.
Ele citou o modelo francês, com seguros, resseguros e garantias compartilhadas com o governo, como um exemplo a ser seguido.
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Oliveira destacou a importância de uma adaptação “justa”, com atenção especial às populações vulneráveis, especialmente após o caso da fábrica da Toyota em Porto Feliz (SP), que foi danificada por uma tempestade e teve que fechar para reformas, graças à cobertura do seguro.
Ele ressaltou a perversidade das mudanças climáticas, onde quem menos contribuiu para o problema é quem mais sofre.
No setor rural, ele apontou que cerca de 70% das perdas climáticas no Brasil atingem o agronegócio, mas apenas 6% da área cultivada possui cobertura de seguro rural. Oliveira também mencionou a queda de 47% na concessão de seguros agrícolas nos últimos três anos, apesar do aumento dos eventos climáticos extremos, e defendeu a ampliação do programa de subvenção federal, que prioriza pequenos e médios produtores, mesmo com o orçamento reduzido pela metade.
Dyogo Oliveira concluiu que a presença do tema dos seguros em documentos da COP30 representa um avanço significativo, pois o objetivo de priorizar o setor nas negociações está sendo alcançado. No entanto, ele enfatizou a necessidade de continuar trabalhando para que o seguro apareça na declaração final da conferência, consolidando seu papel fundamental na adaptação às mudanças climáticas e na proteção das populações mais vulneráveis.
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