Drone captura desintegração do foguete sul-coreano HANBIT-Nano após lançamento em Alcântara. Youtuber Pedro Pallotta registrou o momento da explosão. Innospace confirma funcionamento do motor
Uma nova imagem, capturada por drone, registra o momento exato da desintegração e explosão do foguete sul-coreano HANBIT-Nano, após seu lançamento do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O registro foi feito pelo youtuber e divulgador científico Pedro Pallotta, do canal Space Orbit, que acompanhava a missão em tempo real.
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O evento ocorreu na noite de segunda-feira (22).
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), o veículo iniciou sua trajetória conforme o previsto. No entanto, o foguete perdeu sustentação e colidiu com o solo. O CEO da Innospace, Kim Soo-jong, emitiu uma declaração, confirmando que o motor híbrido de 25 toneladas do primeiro estágio funcionou conforme o planejado no início do voo.
Apesar do desfecho, a missão gerou dados valiosos.
Kim Soo-jong ressaltou que a coleta de dados de voo, propulsão e operação, obtidos em um ambiente de voo real, é uma conquista importante. Esses dados serão utilizados para aprimorar o projeto e aumentar a confiabilidade operacional no futuro. O executivo garantiu que não houve danos a pessoas ou instalações e anunciou que a empresa planeja uma nova tentativa de lançamento comercial já no primeiro semestre de 2026.
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O HANBIT-Nano é um veículo orbital de dois estágios, projetado para colocar até 90 quilos de carga útil em uma órbita de 500 quilômetros. O desenvolvimento mobilizou 247 profissionais, sendo 102 engenheiros dedicados exclusivamente à pesquisa e desenvolvimento.
A nave possui 21,8 metros de altura e 1,4 metro de diâmetro, integrando uma nova geração de lançadores de pequeno porte, voltados para missões mais ágeis, econômicas e de alta confiabilidade.
A iniciativa, conhecida como Operação Spaceward, tem a missão de transportar cinco satélites e três experimentos para o espaço, sendo resultado do edital de chamamento público realizado em 2020. O grupo sul coreano foi uma das empresas selecionadas, assinando contrato com o Comando da Aeronáutica em 2022.
A localização da base de Alcântara, próxima à linha do Equador, oferece um potencial significativo, embora tenha gerado desafios ao longo das últimas décadas. “Temos um potencial muito grande desperdiçado ao longo das últimas décadas, que hoje é um problema em relação a outros países, como EUA, Rússia, China, Índia, entre outros”, afirma Pedro Pallotta, divulgador científico e especialista no tema espacial.
Antes da tentativa de lançamento nesta segunda-feira (22), a FAB adiou o evento por três vezes. Atrasos ocorreram devido à detecção de anormalidades intermitentes em uma unidade de resfriamento durante o processo de abastecimento. A segunda previsão ocorreu no dia anterior, garantindo tempo suficiente para a substituição de um componente da unidade de resfriamento do sistema de alimentação do oxidante do primeiro estágio.
Durante as inspeções finais pré-lançamento, foi identificada uma anomalia nesse equipamento.
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