Doca da Penha: Figura Central no Comando Vermelho em Liberdade
Doca Alves Andrade, conhecido como Doca da Penha ou Urso, é considerado o principal nome do Comando Vermelho (CV) em liberdade. Apenas Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP, ambos presos, o sucederam em importância dentro da facção. A operação policial, deflagrada na terça-feira (28.out.2025) nos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, visava Doca, que utilizava suspeitos armados como barreira humana.
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A Polícia Civil oferece uma recompensa de R$ 100 mil por informações que levem à captura do líder da facção, o maior valor oferecido desde 2000, quando a mesma quantia foi prometida por Fernandinho Beira-Mar.
Investigações e Acusações Contra Doca
Doca, com mais de 20 mandados de prisão expedidos e investigado por mais de 100 homicídios, nasceu em 1970, possivelmente em Caiçara —há divergências sobre se o município fica na Paraíba ou no Rio Grande do Sul. Ele entrou para o crime há cerca de 20 anos e foi preso em flagrante em 2007 por porte de arma e tráfico de drogas na Vila da Penha, alegando ser militar.
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Após progredir para o regime semiaberto, fugiu e ocupou uma posição de comando no CV, controlando recursos e coordenando ataques em áreas da zona norte. A megaoperação, denominada Contenção, resultou na morte de 117 criminosos e de 4 policiais, sendo a mais letal da história do país.
Expansão do Comando Vermelho e Envolvimento em Outras Ações
Doca é considerado um dos principais responsáveis pela expansão do CV, que, de 2022 a 2023, ampliou em 8,4% as áreas dominadas e passou a controlar 51,9% dos territórios sob influência de grupos armados na região metropolitana do Rio. Além disso, ele foi apontado como mandante do assassinato de 3 médicos na Barra da Tijuca em outubro de 2023, vítimas confundidas com milicianos.
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Após o crime, Doca ordenou a execução dos assassinos, ao descobrir o erro de identificação. Ele também é investigado por envolvimento no caso dos 3 meninos desaparecidos em Belford Roxo em dezembro de 2020, onde o grupo teria torturado e matado as crianças por um desentendimento banal, e Doca mandou executar os próprios subordinados responsáveis pelas mortes.
Os corpos dos garotos e dos executores nunca foram encontrados.
Operação Contenção e Envolvimento com Outros Indivíduos
Durante a operação Contenção, Doca conseguiu escapar da Vila Cruzeiro ao usar criminosos armados como escudo contra a aproximação da polícia. “O Doca, nós não conseguimos pegar nesse 1º momento porque é uma estratégia que eles fazem. Essa liderança, principalmente a liderança do Doca, o que eles fazem?
Ele bota os ‘soldados’ como mais uma barreira, a gente tem toda essa dificuldade”, disse Victor Santos, secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro em entrevista à GloboNews. A operação resultou na prisão de 113 pessoas, com suspeitos de 8 Estados fora do Rio, incluindo Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
Além disso, Doca foi citado em investigações da Polícia Federal sobre o deputado estadual (MDB-RJ), o TH Joias, em setembro, que é acusado de intermediar armas e lavar dinheiro do tráfico por meio da venda de joias e bens de luxo.
