As eleições presidenciais na Bolívia, realizadas neste domingo (17), indicam um segundo turno entre dois candidatos de direita. Pesquisas de boca de urna da Ipsos-Ciesmori e da Captura Consulting apontam que o senador Rodrigo Paz, de Tarija, surpreendeu e obteve mais de 31% dos votos.
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Em terceiro lugar, o empresário Samuel Doria Medina, que era favorito até a última semana, obteve cerca de 19%. Em segundo lugar, apareceu o ex-presidente Jorge “Tutto” Quiroga, com aproximadamente 27%.
Se confirmados, os resultados representam um marco histórico: pela primeira vez em duas décadas, a direita não chegaria ao poder do país. O candidato da Aliança Popular, Andrônico Rodríguez, obteve apenas 8,2% na apuração.
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Seguindo, aparecem Manfred Reyes Villa (7,1%), da aliança APB-Sumate, e Eduardo del Castillo, ex-ministro de Luis Arce e candidato governista, com 3,2%. Os demais candidatos não ultrapassaram 2%.
A votação ocorreu sob a pressão do ex-presidente Evo Morales, impedido de concorrer após decisão do Tribunal Constitucional. Morales defendeu o voto nulo como forma de protesto nas eleições.
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Após votar em Lauca Eñe, cercado por camponeses que o protegeram, Morales declarou que “pela primeira vez na história, se não houver fraude, o voto nulo será o primeiro”. O ex-presidente, de 65 anos, afirmou que “desta vez vamos votar, mas não vamos eleger” em crítica à exclusão de sua candidatura.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) comunicou que o período ocorreu em tranquilidade, com ocorrências isoladas. O incidente mais grave envolveu Rodríguez, que foi hostilizado ao votar em Carrasco, no Chapare, região cocalera e reduto histórico de Morales. Ele foi alvo de pedras e insultos, necessitando deixar o local rapidamente. Os agressores seriam seguidores do ex-presidente, segundo a mídia boliviana, que rompeu com seu antigo aliado e atualmente o acusa de traição. Morales o chamou de “peão do império e da direita”.
Fonte por: Brasil de Fato
