Pesquisa aponta ligação direta entre desmatamento e aumento da mortalidade global. Estudo da Universidade de Leeds revela 28 mil mortes anuais devido à devastação florestal
Uma pesquisa publicada em agosto na Nature Climate Change aponta para uma ligação direta entre o desmatamento e um aumento alarmante na mortalidade global. A análise revela que aproximadamente 28.000 pessoas morrem anualmente devido aos efeitos da devastação florestal, principalmente em áreas tropicais.
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O estudo, liderado por cientistas da Universidade de Leeds, envolveu a colaboração de pesquisadores da Fiocruz Piauí, no Brasil, e de uma instituição em Gana, África. A equipe utilizou imagens de satélite para monitorar as mudanças na cobertura florestal e na temperatura da superfície em regiões afetadas pelo desmatamento.
A pesquisa analisou dados de mortalidade entre 2001 e 2020, identificando concentrações de maiores taxas de mortalidade relacionadas ao desmatamento nas regiões da Amazônia, África e Sudeste Asiático. Em áreas com perda significativa de floresta, a mortalidade associada ao calor pode representar até um terço das mortes relacionadas ao calor.
A derrubada de árvores intensifica o aquecimento do solo e do ar local, exacerbando os efeitos do aquecimento global. Isso aumenta o risco de doenças relacionadas ao calor, como desidratação, problemas cardíacos e exaustão térmica, especialmente em populações vulneráveis, incluindo idosos, crianças e indivíduos com condições médicas preexistentes.
Estudos demonstram que a cobertura florestal desempenha um papel crucial na redução da mortalidade. Em áreas com mais de 50% de cobertura original, a taxa de mortalidade associada ao desmatamento foi de 42%, enquanto em regiões mais desmatadas, essa taxa aumentou para 58%.
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A preservação das florestas é, portanto, fundamental para proteger a saúde humana.
Além do aumento do risco de morte por calor, o desmatamento agrava outros problemas de saúde, como a poluição do ar causada pela queima da vegetação, o aumento da emissão de gases carbônicos e o risco de propagação de doenças infecciosas, como a malária.
Os resultados da pesquisa reforçam a necessidade urgente de conservar as florestas tropicais, implementar medidas para proteger as áreas que ajudam a mitigar os extremos de temperatura e garantir o acesso à saúde, especialmente para populações vulneráveis.
A preservação das florestas é, em última análise, uma questão de salvar vidas humanas.
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