Polícia Federal prende desembargadores Macário Júdice Neto e Flavio Bacellar na Operação Unha e Carne. Investigação apura vazamento de informações e conexões com o Comando Vermelho
A Polícia Federal efetuou a prisão do desembargador federal Macário Júdice Neto, relator do caso envolvendo o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos, conhecido como TH Jóias, como parte da segunda fase da Operação Unha e Carne. A ação também resultou na ordem de cumprimento de dez mandados de busca e apreensão, expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Um dos principais alvos das buscas é o desembargador Flavio Bacellar, presidente afastado da Alerj. Esta é a segunda vez que Bacellar é alvo da Operação Unha e Carne, após uma revogação anterior, ocorrida dias após a primeira prisão, mas que não impediu a manutenção de medidas cautelares impostas pelo STF.
A investigação apura o vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun para integrantes do Comando Vermelho. A Polícia Federal aponta que Macário Júdice Neto teria atuado para favorecer o grupo criminoso, enquanto o desembargador Flavio Bacellar também é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, na qual o então deputado estadual TH Jóias foi preso por ligação com o Comando Vermelho.
A Operação Unha e Carne investiga a atuação de agentes públicos no repasse de informações confidenciais sobre operações policiais. A ação está inserida no contexto das determinações do STF no julgamento da ADPF 635/RJ, que atribuiu à Polícia Federal a condução de apurações sobre grupos criminosos violentos no estado do Rio de Janeiro e suas conexões com agentes públicos.
Macário Júdice Neto possui um histórico marcado por afastamentos da magistratura. Seu primeiro afastamento ocorreu em 2005, por decisão do próprio TRF-2, em apuração sobre suposta participação em um esquema ligado à máfia dos caça-níqueis, quando atuava na Justiça Federal do Espírito Santo.
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Em 2015, Macário foi absolvido na ação penal relacionada ao caso, mas permaneceu afastado devido a um processo administrativo disciplinar (PAD). Em novembro de 2022, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou sua reintegração ao entender que o prazo para julgamento do PAD havia sido extrapolado.
Em maio de 2023, ele foi nomeado desembargador federal, após indicação formal enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ser o primeiro da lista de antiguidade do TRF-2.
Outro ponto citado na investigação é a atuação da esposa do magistrado, Flávia Júdice, que atuava até o mês passado no gabinete da diretoria-geral da Alerj, período em que já tramitavam investigações contra TH Jóias e Bacellar. A Polícia Federal ainda não informou se a atuação dela tem relação direta com o caso.
O nome aparece no inquérito apenas como conexão institucional.
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