PF investiga R$ 27,8 milhões em movimentações suspeitas envolvendo deputados do PL. Operação inclui Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy.
A Polícia Federal (PF) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) evidências de R$ 27,8 milhões em movimentações financeiras consideradas suspeitas, sem justificativa clara, envolvendo assessores de gabinetes de dois deputados do Partido Liberal (PL) no Rio de Janeiro (PL-RJ), além de funcionários do PL e pessoas ligadas aos congressistas.
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As informações surgem de um relatório parcial da PF, que foi liberado pelo ministro Flávio Dino, relator do caso no STF. A liberação do documento embasou a operação deflagrada na manhã desta sexta-feira (19.dez.2025), que inclui os dois deputados como alvo.
O documento detalha investigações que apontam para o uso de locadoras de veículos de fachada para desviar recursos da cota parlamentar, destinada ao funcionamento dos gabinetes dos deputados. Há indícios de pagamento de despesas inexistentes ou irregulares, além de possíveis repasses “por fora”, identificados em conversas obtidas em aplicativos de mensagens.
A PF cumpriu 7 mandados de busca e apreensão, autorizados por Dino com aval da Procuradoria-Geral da República (PGR). As diligências incluíram buscas pessoais, veiculares e em imóveis vinculados a Jordy e Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara.
Além das buscas, Dino autorizou a quebra de sigilo bancário dos deputados e de outras 12 pessoas físicas, além de 1 pessoa jurídica, bem como a quebra de sigilos telefônico e telemático dos investigados. O magistrado determinou o compartilhamento de informações com a Receita Federal.
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Os investigadores destacam a prática conhecida como “smurfing”, caracterizada pelo fracionamento de saques e transferências em valores inferiores a R$ 9.999, com o objetivo de dificultar o rastreamento pelas autoridades financeiras. Um dos maiores volumes suspeitos é o de Adailton Oliveira dos Santos, assessor especial do PL, que movimentou mais de R$ 11,4 milhões de 2023 a 2024.
O deputado Sóstenes Cavalcante se manifestou em vídeo, argumentando que a acusação é uma “pesca probatória” e que a Haru Locação de Veículos, empresa que aluga carros para vários deputados, não é uma empresa de fachada.
O texto foi atualizado com a manifestação do deputado Carlos Jordy, que classificou a operação como uma “perseguição implacável”.
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