Deputado solicita bloqueio das redes de Nikolas Ferreira devido à mobilização de discursos extremistas após a morte de Charlie Kirk
“Risco ao regime democrático, ameaça à segurança pública”, justifica Reimont (PT-RJ) no pedido à PGR

O deputado Reimont (PT-RJ) reiterou ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, o pedido de investigação e bloqueio emergencial das redes sociais dos deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO). O novo ofício, enviado na última segunda-feira (15), ressalta que publicações de Ferreira mobilizaram discursos extremistas após o ataque contra o influenciador de extrema direita Charlie Kirk, que foi assassinado nos Estados Unidos.
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Na rede social X, Ferreira afirmou no dia do atentado que “mataram a direita moderada”, declarando em seguida que “não tem mais volta”. Outra publicação incentivou os seguidores a “seja a extrema-direita que eles tanto têm medo”, com uma variação do personagem Pepe the Frog, meme aparentemente inofensivo, que foi adotado como símbolo de ódio por supremacistas brancos.
De acordo com Reimont, a seriedade do discurso extremista do deputado se tornou clara em uma reportagem da Folha de S.Paulo que investigou a repercussão das publicações em grupos com teorias nazistas na internet. “Há um risco real e imediato. É necessário agir com rapidez para salvaguardar a democracia, a dignidade humana e a segurança da população”, declarou ao Brasil de Fato.
O parlamentar requer que o Ministério Público Federal (MPF) apure a possível ocorrência de crimes contra o Estado Democrático de Direito, conforme a Lei 14.197/2021; e crimes de racismo e apologia ao nazismo (Lei 7.716/1989). Adicionalmente, solicita a suspensão imediata das contas em redes sociais dos dois deputados, em caráter preventivo para interromper a divulgação de conteúdos que incitam práticas antidemocráticas e que ressoam em grupos extremistas.
Discurso de ódio nas plataformas digitais.
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) iniciou uma campanha contra personalidades públicas brasileiras que manifestaram críticas ao governo dos Estados Unidos nas redes sociais, buscando a anulação de vistos na embaixada americana.
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A cientista política e pesquisadora do Centro de Estudos de Opinião Pública, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Mariana Chaise, declarou em entrevista ao Brasil de Fato que a atuação de Ferreira se sustenta em redes sociais.
A consequência desse tipo de ação é a criação de um ciclo de radicalização. Para sustentar o envolvimento do público, é necessário intensificar esse antagonismo, intensificando e, por conseguinte, degradando o debate e a possibilidade de cooperação política, de diálogo político.
Para o deputado Reimont, a ligação de parlamentares brasileiros com manifestações de grupos extremistas representa risco ao regime democrático, ameaça a segurança pública e é uma ofensa aos direitos humanos. O documento encaminhado à PGR destaca que a liberdade de expressão não deve proteger a disseminação de discursos violentos, antidemocráticos e alinhados a ideologias de ódio e perseguição.
Fonte por: Brasil de Fato