Polícia Federal investiga deputado Antônio Doido em operação Igapó. Desvio de R$ 48 milhões apurado. Mandados cumpridos no Pará e Brasília
A Polícia Federal iniciou uma operação, denominada Igapó, em 16 de março de 2024, com o objetivo de investigar um grupo ligado ao deputado federal Antônio Doido (MDB-PA). A investigação aponta para o desvio de mais de R$ 48 milhões em dinheiro em espécie, destinado a “interesses escusos” do parlamentar.
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A operação envolveu a execução de 31 mandados de busca e apreensão, abrangendo locais no Pará e em Brasília.
Além do deputado, a operação investiga um secretário do governo estadual, sua esposa, o gerente de uma fazenda e policiais militares suspeitos de participar de retiradas milionárias em dinheiro vivo. A investigação busca elucidar delitos como corrupção eleitoral, corrupção ativa e passiva, crimes licitatórios, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A investigação revelou que o coronel Francisco Galhardo, da Polícia Militar do Pará, recrutava policiais para movimentar grandes quantias em dinheiro provenientes de negócios ligados ao deputado. Em 15 operações, identificadas pelo Coaf, Galhardo atuou como “sacador”, totalizando mais de R$ 48 milhões entre março de 2023 e outubro de 2024, com destaque para retiradas de R$ 22 milhões nas semanas anteriores ao pleito eleitoral municipal de 2024.
A investigação aponta que a esposa do deputado e o gerente de sua fazenda atuavam como “pessoas interpostas” nas empresas JA Construcons Civil e JAC Engenharia, ambas registradas em nome deles. As construtoras somam mais de R$ 900 milhões em contratos com o governo do Pará em quatro anos.
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A decisão do STF determinou a suspensão do direito de participação em licitações e contratação das empresas.
O secretário estadual de Obras do Pará, Benedito Ruy Cabral, foi apontado como “integrante da organização criminosa” por supostas violações funcionais. Apesar disso, o ministro Flávio Dino negou o pedido de afastamento do secretário e indeferiu buscas no gabinete do deputado na Câmara.
O STF autorizou a quebra dos sigilos telefônico e telemático do deputado, da esposa, do secretário e dos policiais militares investigados, além das buscas e apreensões. O caso teve origem na Justiça Eleitoral do Pará, mas foi remetido ao Supremo devido ao foro privilegiado do parlamentar.
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