Deputada do PL-SC critica Duolingo por conteúdo sobre gênero e relacionamentos homoafetivos. Deputada federal acusa plataforma de “ideologização da infância”.
Uma nova discussão surgiu em torno do aplicativo Duolingo após críticas da deputada federal (PL-SC). Em postagens nas redes sociais na quinta-feira (11 de dezembro de 2025), a congressista acusou a plataforma de apresentar conteúdo relacionado à identidade de gênero e relacionamentos homoafetivos durante o aprendizado de idiomas.
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A deputada classificou essa prática como “ideologização da infância”, argumentando que os conteúdos não estão diretamente ligados ao ensino de línguas.
Segundo a deputada, o aplicativo inclui exercícios que abordam temas como a “pauta”, identidade de gênero e relacionamentos afetivos adultos. Ela apresentou capturas de tela de exemplos de exercícios, incluindo frases como “Meu irmão é gay.
Nós vamos conhecer o namorado dele hoje”, “A Maria é lésbica?” e “Eu sou gay e não tenho um namorado agora”, todas inseridas em atividades de tradução.
A psicóloga Ana Carolina Ferreira Barbosa, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP e pesquisadora das áreas de gênero e sexualidade, discorda da avaliação da deputada. Ela considera que o conteúdo do aplicativo não representa risco ao desenvolvimento infantil. “Esses assuntos que envolvem o público LGBT têm virado cortina de fumaça.
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Eles têm sido utilizados para criar quase que um pano social”, afirma a especialista. “Quando a gente coloca o assunto que envolve sexualidade e gênero num lugar problemático, a gente está dizendo que isso é errado. As crianças têm contato com uma diversidade de pessoas, sejam pessoas LGBT, pessoas com deficiências ou pessoas negras.
Isso é o que vão formar elas, adultos que vão saber lidar com a diferença e não vão reproduzir violência”.
Barbosa questiona o uso do termo “ideologia de gênero” nas discussões sobre LGBT. “O termo ideologia de gênero não existe teoricamente ou cientificamente, é um termo utilizado pela própria extrema-direita. Quem constrói uma ideia de ideologia de gênero é a própria extrema-direita, quando ela diz que qualquer vivência que não seja heterossexual ou cisgênera é errada, é patológica”, afirma.
A especialista avalia que o conteúdo do aplicativo é simples e contextualizado. “Só um conteúdo como qualquer outro conteúdo. Então, ‘fulana é lésbica’, ‘um garoto que está solteiro, ele é gay’. É uma forma de trazer outras temáticas, de mostrar a diversidade que existe na sociedade”, diz.
Sobre os princípios para produção de conteúdos infantis, Barbosa afirma: “A criança tem que ser tratada como criança, não ser adultizada. A criança está se descobrindo, e é importante que ela tenha liberdade para poder se constituir, se entender.
A criança, no primeiro momento, é livre de preconceito. Os preconceitos vão ser construídos dentro de casa, na escola, na sociedade que vai formar a ideia moral de uma criança”.
Esta reportagem foi escrita pelo estagiário de Jornalismo Diogo Campiteli sob a supervisão da secretária de Redação ajunta, Sabrina Freire.
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