Delegação brasileira se junta à flota internacional para Gaza: ‘Esta é a maior missão da história’

Delegação participa de iniciativa que busca contornar o bloqueio israelense e fornecer assistência aos palestinos.

03/09/2025 13:44

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Delegação brasileira se junta à flota internacional para Gaza: ‘Esta é a maior missão da história’
(Imagem de reprodução da internet).

Um grupo de 13 ativistas brasileiros se juntou à Flotilha Sumud Global, uma missão marítima internacional com o objetivo de fornecer ajuda humanitária à Faixa de Gaza, parte do Estado Palestino. A flotilha, que reúne organizações da sociedade civil e ativistas de mais de 40 países, busca romper o bloqueio israelense que restringe o acesso a Gaza há quase 18 anos.

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Bruno Gilga, coordenador e porta-voz da delegação brasileira, conversou com a Radio BdF diretamente a bordo do Sirius. Ele destacou a poderosa cerimônia de partida, realizada no domingo (31) em Barcelona, Espanha. “Foi histórico, monumental, inesquecível. Todos que participaram de missões anteriores dizem que nunca viram um lançamento com tanta força”, afirmou Gilga.

Segundo ele, esta flottilha do ano é a maior já organizada. “Esta é uma missão marítima, humanitária e não violenta de solidariedade com a Palestina, maior do que todas as missões anteriores combinadas”, explicou.

A situação em Gaza é crítica: segundo a ONU, mais de 2 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar grave em meio ao cerco contínuo de Israel.

Missão humanitária com urgência política.

A delegação brasileira inclui os ativistas Thiago Ávila, Bruno Gilga Rocha, Lucas Farias Gusmão, João Aguiar, Mohamad El Kadri, Magno Carvalho Costa, Ariadne Telles, Lisiane Procença, Carina Faggiani, Victor Nascimento Peixoto e Giovanna Vial. Também a bordo estão a federal legisladora Luizianne Lins, Mariana Conti, uma vereadora de Campinas (filiada ao Partido Socialism and Liberty – Psol), e Gabrielle Tolotti, presidente do Psol no estado do Rio Grande do Sul.

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A frota tem como objetivo imediato “estabelecer uma via humanitária comunitária a Gaza e abrir caminho para uma missão dez vezes maior”, declarou Gilga. “Outro objetivo importante é denunciar o genocídio em curso e exigir os direitos humanitários para o povo palestino.”

Risco de interceptação militar.

Apesar da presença de parlamentares de diversos países, incluindo dois do Brasil, os ativistas afirmam não esperar negociações com autoridades israelenses. “Não temos expectativa de confronto. Esta é uma missão não violenta; estamos levando ajuda humanitária. A única agressão que poderia ocorrer é um ataque contra esta missão, o que violaria o direito internacional e a vontade de milhões de pessoas ao redor do mundo que a apoiam”, disse Gilga.

Em junho, outra embarcação da Coalizão da Flota Freedom foi interceptada por forças israelenses enquanto seguia para Gaza. Doze passageiros, incluindo o ativista brasileiro Thiago Ávila, que está participando novamente, foram detidos em águas internacionais.

Colaboração internacional sob ataque.

Gilga também criticou a cumplicidade dos governos que mantêm laços diplomáticos e comerciais com Israel, apesar da crise humanitária em curso. Ele apontou especificamente para a recente atividade comercial do Brasil. “Infelizmente, as exportações de petróleo do Brasil para Israel aumentaram. A Petrobras [empresa estatal brasileira de petróleo] foi mencionada no relatório ‘A Economia do Genocídio’ como uma das empresas que opera em campos de petróleo cujos produtos foram exportados para Israel”, observou.

O relatório a que Gilga se referiu foi publicado em 30 de junho pelo Especialista das Nações Unidas Francesca Albanese. Ele detalha a cumplicidade internacional com o bloqueio de Gaza por Israel. Segundo o relatório, empresas como BP e Chevron foram responsáveis por cerca de 8% das importações de petróleo para Israel entre outubro de 2023 e julho de 2024. Essas cifras foram complementadas por remessas de petróleo provenientes de campos brasileiros nos quais a Petrobras detém participação majoritária. Contudo, o relatório esclarece que o destino final do petróleo é determinado por distribuidores internacionais.

Fonte por: Brasil de Fato

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