Data Rudder, empresa de Florianópolis, dispara com 131% de aumento no faturamento em 2025, monitorando R$40 bilhões em transações. A empresa, focada em segurança antifraude, atende mais de 200 instituições, incluindo grandes bancos
Em um cenário marcado pelo aumento de golpes digitais e tentativas de fraude, a Data Rudder, uma empresa de Florianópolis com 40 funcionários, experimentou um crescimento notável em 2025. A empresa, especializada em tecnologia antifraude, registrou um aumento de 131% no faturamento, monitorando cerca de R$ 40 bilhões em transações mensais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Esse crescimento significativo foi impulsionado por um aumento de 248% em novos negócios e de 224% na base de clientes, elevando o número de instituições atendidas para mais de 200, incluindo 60% dos maiores players do setor bancário (modelo de oferta de infraestrutura bancária a outras marcas).
No coração da operação da Data Rudder está o “DeLorean”, uma plataforma transacional criada para analisar o risco de uma transferência em até 200 milissegundos, do cash-in ao cash-out. A plataforma é baseada em modelos de inteligência artificial treinados individualmente para cada cliente, cruzando histórico de comportamento, relação entre contas e regras do Banco Central, além de apoiar instituições na adequação à prevenção à fraude e lavagem de dinheiro.
O DeLorean recebe múltiplas camadas de dados – transacionais, cadastrais, de dispositivo e sinais “fora do padrão”, como alterações específicas no celular que possam indicar comprometimento da biometria. Diferente de sistemas fechados, a plataforma é preparada para ingerir novos tipos de informação sem exigir integrações demoradas.
Isso permite que clientes criem regras e políticas com rapidez, à medida que descobrem novas maneiras de fraude.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Para acompanhar esse movimento, a Data Rudder mantém um time dedicado de nove cientistas de dados e especialistas. Essa equipe monitora operações, detecta novas modalidades de fraude e apoia instituições na resposta a incidentes. A empresa conta com cerca de 40 colaboradores no total.
Por trás dos algoritmos está Rafaela Helbing, a curitibana que fundou a Data Rudder. Sua carreira na estatística começou no HSBC e terminou no empreendedorismo. Atualmente, ela é CEO da empresa e mudou-se para Santa Catarina, onde conheceu o ecossistema de startups.
Em um contexto improvável, Rafaela e Thais Nolasco (hoje diretora de operações) formaram uma banda de rock, tocando clássicos em bares da cidade – só depois descobrindo que trabalhavam na mesma empresa de tecnologia. A afinidade musical virou discussão sobre dados, usabilidade e risco no sistema financeiro e desembocou na ideia de criar um produto que tornasse a inteligência artificial mais fácil de aplicar para times de risco e fraude.
A Data Rudder começou a ser desenhada em 2020, com foco em risco de instituições financeiras. A guinada definitiva veio em 2023, quando a empresa decidiu concentrar esforços em fraude transacional, mirando o crescimento acelerado do Pix e o surgimento de novos bancos, cooperativas e instituições de pagamento.
A executiva faz questão de frisar o “DNA brasileiro” como diferencial competitivo. Os principais concorrentes diretos são estrangeiros, com produtos adaptados ao Pix, enquanto a Data Rudder nasceu precisamente para endereçar esse tipo de fraude.
Entender na prática como funcionam os sequestros-relâmpago digitais e a engenharia social voltada à realidade local, segundo ela, torna a calibração dos modelos de risco mais eficaz. “É a minha avó que pode cair num golpe de WhatsApp. Sabemos como isso acontece aqui”, diz.
Se a primeira fase da empresa foi entender cada transação em tempo real, a próxima aposta mira o que Rafaela chama de “risco sistêmico”. Em testes para lançamento em 2026, um novo módulo passa a analisar o ecossistema inteiro do cliente – e não apenas transferências isoladas – para identificar ataques em que milhares de operações pequenas, como Pix de R$ 200, se somam a um rombo de bilhões.
A meta é crescer com “pé no chão”. A Data Rudder quer dobrar a capacidade de processamento e chegar a até 20% do volume total de Pix no Brasil. Tudo sem perder o foco em um ponto sensível: a confiança de quem transfere dinheiro em segundos, mas espera que a proteção seja igualmente rápida.
Autor(a):
Responsável pela produção, revisão e publicação de matérias jornalísticas no portal, com foco em qualidade editorial, veracidade das informações e atualizações em tempo real.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Fique por dentro das últimas notícias em tempo real!