Danilo Porfírio de Castro Vieira: Otimista com ressalvas sobre fim da guerra em Gaza
Professor Danilo Porfírio de Castro Vieira, especialista em Direito e Relações Internacionais, expressou otimismo cauteloso em entrevista à Jovem Pan, destacand…

Análise do Cessar-Fogo Israel-Hamas: Avaliação do Professor Danilo Porfírio
O professor de Direito e Relações Internacionais Danilo Porfírio de Castro Vieira analisou nesta segunda-feira (13) os resultados da cúpula no Egito e o anúncio do cessar-fogo entre Israel e Hamas, apresentando uma avaliação cautelosa, marcada por um reconhecimento do enfraquecimento do grupo palestino e um potencial avanço em direção à estabilidade na região.
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Em entrevista à Jovem Pan, Porfírio descreveu-se como um “otimista com freios e contrapesos”, ressaltando que o Hamas, ao longo do conflito, perdeu apoio de aliados históricos, incluindo Irã, Hezbollah, Jihad Islâmica e o movimento Houthi, no Iêmen. Adicionalmente, o Qatar tem reavaliado sua postura em relação à proteção de líderes do grupo e à mediação do conflito.
“O Hamas foi o grande perdedor desse processo”, afirmou o professor. “Ele continua sendo reconhecido internacionalmente como organização terrorista e não deve participar do processo político. Isso abre espaço para uma nova autoridade palestina, liderada pela Fatah e por Mahmoud Abbas, que precisará ser reformulada.”
Porfírio destacou que está em curso a formação de uma coalizão árabe sob liderança dos Estados Unidos, responsável por compor uma força de segurança na região. Entre os países envolvidos, ele citou Egito, Arábia Saudita, Qatar e Turquia, além de nações do Golfo.
O especialista explicou a diferença entre um acordo de cessar-fogo e um acordo de paz. Segundo ele, o primeiro representa apenas a suspensão temporária das hostilidades, enquanto o segundo marca o fim definitivo do conflito. “O cessar-fogo é uma trégua condicionada ao cumprimento de compromissos, como a entrega de prisioneiros e a desocupação de áreas”, disse.
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Por fim, o professor comentou o cenário político em Israel, afirmando que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pode enfrentar um período de fragilidade após o cessar-fogo. “Ele se manteve no poder durante a guerra, mas agora pode voltar a ser pressionado por denúncias de corrupção e disputas internas”, avaliou.
Para Porfírio, o processo ainda é longo e dependerá da disposição do Hamas em abandonar a violência e aderir ao jogo político institucional. “Vejo autonomia territorial palestina no horizonte, mas ainda não soberania”, concluiu.