Advogada Tonia Galleti detalha informações no depoimento, sendo ex-integrante do CNPS e coordenadora do Sindnapi.
O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apresentou dados que indicam pagamentos incomuns feitos pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). Segundo o relator, familiares de um ex-presidente do sindicato receberam R$ 20 milhões em um período de cinco anos.
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Os detalhes foram revelados durante o depoimento da advogada Tonia Galleti, ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) e coordenadora do Sindnapi. Galleti é filha do ex-presidente do sindicato, João Batista Inocentini, e demonstrou irritação diante da situação.
Gaspar apresentou um infográfico que mostra que o marido de Tonia Galleti, Carlos Afonso Galleti, recebeu R$ 11 milhões do Sindnapi através de um escritório que mantém parceria com a mulher, por meio da empresa Gestora Eficiente Ltda. Além disso, a prima e o cunhado de Tonia também receberam R$ 11 milhões.
“Do escritório, para receber esses R$ 3 milhões e pouco que o senhor falou, foram mais de 17 mil processos cuidados pelo escritório. Existe trabalho. O advogado trabalha e recebe”, afirmou Gaspar.
Galletti prosseguiu com suas reclamações sobre a condução do relator, mas admitiu que pode ter havido “uma certa imoralidade” em ter tantos familiares ligados ao Sindnapi. “Se minha prima recebeu isso aí, não tenho a menor responsabilidade sobre isso, nem sabia. Eu fico até brava, porque ela era minha funcionária. Como ela recebeu mais do que eu?”, questionou.
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“Fico muito indignada quando querem jogar sobre mim a pecha de que eu sou safada, ladra, não trabalhei. Eu não vou admitir. Eu vou até as últimas consequências para provar”, declarou.
Gaspar apontou que Galletti foi uma das primeiras pessoas a denunciar o esquema de descontos não autorizados em aposentadorias a membros da alta cúpula do INSS e do ministério da Previdência. O alerta foi feito em uma reunião do CNPS, em junho de 2023.
“Estávamos tendo conhecimento de diversas entidades atuando de forma inadequada e que era importante que isso fosse tratado em sede do conselho e era necessário fornecer aos conselheiros documentos que mostrasse a curva de crescimento”, afirmou Galletti.
Durante a oitiva, ela disse que algumas medidas foram tomadas pelo INSS após ela ter feito o alerta, em >
2023. “Eles abriram – ou pelo menos disseram abrir – procedimento para investigar entidades, disseram que mandaram ofício para a PF informar algumas coisas”, afirmou.
Galletti também mencionou ter feito outros alertas desde 2019. Ela não se recordou de todas as pessoas a quem fez esse aviso, mas se lembrou de ter falado com José Carlos Oliveira, que acabou virando ministro da Previdência durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A relação dela com o ex-ministro da pasta Carlos Lupi também foi tema da oitiva, em razão de depoimentos divergentes de Lupi. Em abril, ele tinha dito em uma audiência na Câmara, que ele era amigo dela – à CPI, em setembro, negou a amizade.
Galletti disse que não é amiga de Lupi, mas afirmou que ele é “uma ótima pessoa”.
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