Corte de Juros no Fed Evidenciado por Inflação nos EUA

A inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI), na sigla em inglês, sugere um corte iminente de juros na próxima reunião do Federal Reserve, o Banco Central americano. O dado, divulgado com atraso devido à paralisação do governo americano, apresentou uma variação mensal de 0,3%, ligeiramente abaixo das expectativas.

Projeções de Mercado

Na ferramenta FedWatch, do CME Group, quase 100% das apostas indicam uma redução de 0,25 ponto percentual na reunião do dia 29 de outubro. Quase 95% dos palpites preveem um corte de mesma magnitude na reunião de dezembro, a última do ano.

Análise de Especialistas

“Avaliamos que o CPI de hoje dá conforto ao Fed para continuar reduzindo a taxa de juros no ritmo de 0,25 ponto percentual por reunião”, afirma Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1.

Nível de Inflação e Desafios

O patamar de inflação ainda é preocupante, avalia Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos. Em 12 meses, o CPI acumula alta de 3%. “É o maior patamar do ano desde janeiro. Desde abril, quando bateu 2,3%, não parou de subir”, afirma.

Perspectivas Futuras

William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, também afirma que ainda não dá para dizer que a inflação esteja desacelerando. “Mas também não surpreende para cima – e, olhando os componentes, a dinâmica parece favorável”, afirma.

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Componentes da Inflação

“O dado veio mais ‘soft’ do que o imaginado, especialmente no núcleo da inflação, que subiu 0,23% no mês. Quando retiramos alimentos e energia – itens mais voláteis e fora do alcance da política monetária – o resultado mostra pressões menores do que o esperado”, explica.

Supercore da Inflação

Cezario observa que o supercore da inflação, o núcleo de serviços excluindo habitação, continua em patamar um pouco acima do desejado. “Mas não revela maiores preocupações em relação a efeitos de segunda ordem da alta das tarifas sobre os demais preços da economia”, diz o economista.

Fim das Divulgações

A Casa Branca sinalizou que o CPI divulgado hoje será o último do ano — provavelmente não haverá divulgação de inflação no mês que vem.