Os Estados Unidos estão experimentando um dos maiores ciclos de investimento da história moderna. Em 2025, as grandes empresas de tecnologia americanas devem investir aproximadamente US$ 400 bilhões na infraestrutura necessária para operar modelos de inteligência artificial.
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Empresas como OpenAI e Anthropic estão levantando bilhões de dólares a cada trimestre, enquanto os investimentos globais em data centers podem ultrapassar US$ 3 trilhões até 2028, segundo projeções de analistas da The Economist.
A aposta central é que a inteligência artificial transformará radicalmente a economia. No entanto, especialistas alertam que, mesmo que a tecnologia atinja seu potencial máximo, muitos investidores podem enfrentar perdas significativas. Uma desacordância entre o retorno esperado e a realidade pode gerar um impacto econômico profundo e imediato.
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Historicamente, os investidores tendem a se direcionar para tecnologias emergentes, mas a velocidade e o volume de capital investidos na inteligência artificial superam ciclos anteriores. Defensores da inteligência artificial geral (IAG) – sistemas com capacidade de superar o desempenho humano em tarefas cognitivas – acreditam que essa tecnologia pode estar próxima.
Segundo a The Economist, a promessa de retornos extraordinários está impulsionando a competição entre as empresas pela capacidade computacional necessária para treinar os maiores modelos de IA.
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Além das gigantes da tecnologia, imobiliárias, empresas de energia e operadoras de nuvem estão se juntando à corrida. A Oracle, por exemplo, viu suas ações dispararem em setembro após anunciar uma forte expansão no segmento de IA, elevando o patrimônio de Larry Ellison ao topo do ranking global de bilionários.
Assim como em ciclos passados, como a eletrificação no século XIX e a bolha da internet, nem todos sairão ganhando. A tecnologia pode evoluir de maneiras inesperadas. Modelos menores e mais eficientes já atraem a atenção de desenvolvedores, o que pode reduzir a necessidade de megacentros de processamento.
O setor pode enfrentar uma queda abrupta nos investimentos, com startups endividadas e empresas com baixa geração de caixa encerrando operações.
Empresas como Meta, Google e Microsoft financiam sua expansão com lucros próprios e balanços sólidos, minimizando o risco de crise bancária. Fundos soberanos e de capital de risco também possuem margem para absorver perdas. No entanto, o impacto econômico agregado é significativo, com a IA respondendo por 40% do crescimento do PIB dos EUA no último ano.
Uma desaceleração na IA poderia levar à redução na construção de data centers, queda no emprego e menor consumo de energia, impactando diretamente setores ligados à tecnologia. Se as ações das empresas de IA perdem valor, o mercado acionário pode sofrer correções, reduzindo a confiança de investidores e famílias, especialmente as mais ricas, responsáveis por grande parte do consumo recente nos EUA.
O resultado seria um enfraquecimento da economia em um cenário de juros altos e custos crescentes de energia.
