Correios registram crescimento em encomendas e mensagens em 2025, mas enfrentam desafios devido à crise e à medida “Remessa Conforme”
Apesar de um período contínuo de crise financeira, que se estendeu por 12 trimestres, os Correios registraram um crescimento modesto nas receitas provenientes de encomendas e mensagens durante o terceiro trimestre de 2025. Os dados da companhia, referentes ao período encerrado em 30 de setembro, indicaram um total de R$ 7,2 bilhões em receitas com encomendas e R$ 3,6 bilhões com mensagens, representando os maiores valores desde 2022.
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No entanto, o cenário permanece desafiador. A receita apresentou uma queda significativa em comparação com o mesmo período de 2024, que totalizou quase R$ 2,1 bilhões. Um dos principais fatores que contribuíram para essa retração foi a diminuição nas postagens internacionais.
O segmento, que anteriormente representava mais de 20% do faturamento da empresa, recuou para R$ 1,1 bilhão.
Essa retração está diretamente relacionada à implementação da medida “Remessa Conforme”, lançada pelo Ministério da Fazenda em 2023. A nova regulamentação instituiu um imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, que antes eram isentas, e permitiu que empresas privadas assumissem a operação de fretes no Brasil, reduzindo a dependência dos Correios.
O presidente da empresa, Emmanoel Rondon, destacou que o monopólio das cartas em áreas urbanas deixou de ser suficiente para financiar os serviços postais universais em regiões remotas. Para enfrentar a crise, a empresa apresentou um plano de reestruturação com o objetivo de equilibrar as contas até 2026 e alcançar o lucro a partir de 2027.
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O plano prevê cortes de R$ 2,1 bilhões em gastos com pessoal, a venda de R$ 1,5 bilhão em imóveis não operacionais e o fechamento de mil agências. Além disso, a empresa implementará um Programa de Demissão Voluntária (PDV), buscando reduzir a força de trabalho em até 15 mil funcionários, o que representa 18% da equipe.
A reformulação do plano de saúde também é prevista, com a expectativa de economizar R$ 500 milhões por ano.
Para manter as operações, a estatal já contratou um empréstimo de R$ 12 bilhões com bancos privados, embora a intenção inicial de captar R$ 20 bilhões tenha sido negada pelo Tesouro Nacional devido às altas taxas de juros. A direção da empresa busca mais R$ 8 bilhões, que podem vir por meio de aportes públicos ou uma nova rodada de crédito.
Entre 2027 e 2030, a empresa também prevê um investimento de R$ 4,4 bilhões por meio de uma linha de financiamento do Novo Banco de Desenvolvimento (Brics), presidido por Dilma Rousseff.
Com os ajustes e cortes, a empresa espera aumentar a receita total para R$ 21 bilhões em 2027. Em 2024, o faturamento fechou em R$ 18,9 bilhões, abaixo dos R$ 19,2 bilhões de 2023 e dos R$ 19,8 bilhões de 2022. O principal desafio agora é reverter a tendência de prejuízos e fortalecer a posição dos Correios em um mercado cada vez mais competitivo.
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