Crise de Liquidez e Benefícios nos Correios
Os Correios enfrentam uma crise de liquidez, marcada por dívidas acumuladas. Apesar disso, a empresa gasta anualmente R$ 15,1 bilhões com a folha de pagamento. Esse valor é ampliado por gratificações, como um adicional de 70% nas férias – um valor superior a três vezes o adicional padrão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) – e horas extras triplas em dias de descanso, conforme estabelecido no Acordo Coletivo de Trabalho.
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A estatal acionou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar revisar cláusulas do acordo. A diretoria da empresa argumenta que o pacote atual de benefícios está “acima do mercado” e da CLT, gerando uma “ineficiência estrutural”. A negociação para a renovação do acordo, cuja data-base era agosto, foi judicializada devido à falta de consenso com as federações sindicais (Fentect e Findect).
Estratégias para Equilibrar as Contas
A estratégia da estatal para equilibrar as contas inclui um Programa de Demissão Voluntária (PDV), com o objetivo de desligar 10.000 funcionários até 2026 e mais 5.000 até 2027.
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Principais Benefícios do Acordo Coletivo
O Acordo Coletivo 2024/2025 garante uma série de benefícios aos funcionários. Destacam-se férias turbinadas, com um adicional de 70% sobre o salário, licença menstrual (dois dias remunerados por mês para mulheres com sintomas graves), hora extra tripla em dias de descanso, vale-alimentação robusto (R$ 50,93 por dia, mantido integralmente durante férias, licença-maternidade/paternidade e nos primeiros 90 dias de afastamento médico), vale-peru (crédito extra de R$ 2.500,00, pago em duas parcelas), ponto por exceção (carteiros não precisam bater ponto em horários extras ou atrasos), licença-saúde estendida (salário mantido por até 90 dias se o INSS der alta, mas o médico dos Correios considerar o funcionário inapto) e auxílio-creche/babá (reembolso de até R$ 714,72 mensais até a criança completar 7 anos, permitindo a contratação de familiares para a função).
Além disso, empregados eleitos para conselhos da empresa ou dos fundos de pensão têm direito a cinco dias de folga antes de cada reunião para estudar a pauta. Diante da possível redução dos benefícios, os funcionários ameaçam entrar em greve.
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