Correios buscam R$ 20 bi em empréstimo para evitar crise até 2026

Conselho de Administração analisa nesta quarta-feira financiamento com garantia do Tesouro Nacional, após tratativas com bancos públicos e privados.

14/10/2025 21:21

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Correios buscam R$ 20 bi em empréstimo para evitar crise até 2026
(Imagem de reprodução da internet).

Correios Buscam Empréstimos para Evitar Dependência do Tesouro

O Conselho de Administração dos Correios se reunirá nesta quarta-feira (15) para analisar um pedido de empréstimos de bancos estatais e privados, com garantia do Tesouro Nacional. O objetivo é garantir a saúde financeira da estatal nos anos de 2025 e 2026.

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Segundo informações da Folha de S. Paulo e confirmadas pela CNN, a proposta envolve um crédito de R$ 10 bilhões para o corrente ano e de R$ 10 bilhões para o próximo. O “pool” de instituições participantes incluiria o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e outras instituições financeiras privadas, com aval direto do Tesouro Nacional.

Em 2024, os Correios registraram um prejuízo de R$ 4,3 bilhões, um aumento de mais de três vezes em relação ao mesmo período do ano anterior, que foi de R$ 1,3 bilhão. A empresa enfrenta dificuldades devido à queda nas receitas, somada ao aumento contínuo de suas despesas.

Críticos das gestões recentes apontam para a lentidão na implementação de ajustes necessários. A obtenção do empréstimo, mesmo com taxas de juros elevadas, é considerada essencial pela área econômica do governo, visando evitar a situação mais crítica: a transformação dos Correios em uma empresa totalmente dependente do Tesouro.

Essa dependência implicaria a inclusão da estatal no Orçamento Geral da União (OGU), com o prejuízo impactando diretamente o resultado primário. Além disso, as despesas anuais da empresa, que somam quase R$ 20 bilhões, seriam incorporadas ao arcabouço fiscal, reduzindo ainda mais o espaço para gastos discricionários.

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Recentemente, foi anunciado um plano para a venda de imóveis e o lançamento de um programa de demissões voluntárias, juntamente com o lançamento de um marketplace com a Infracommerce. No entanto, essas medidas são frequentemente vistas como insuficientes para reverter a situação e colocar os Correios em uma posição financeira positiva.

Em setembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) promoveu uma mudança na liderança da estatal. Fabiano Silva, advogado do Grupo Prerrogativas, foi substituído pelo economista Emmanoel Rondon, servidor de carreira do Banco do Brasil. O empréstimo, caso aprovado, será utilizado para capital e para custear medidas de ajuste, incluindo demissões voluntárias, mudanças no plano de saúde e repactuação de passivos atrasados.

A reunião do conselho nesta quarta-feira será liderada pela secretária-executiva do Ministério das Comunicações, Sônia Faustino, que preside o colegiado. Os Correios estão formalmente vinculados à pasta.

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