A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) apresentou um prejuízo acumulado de R$ 6 bilhões no período de janeiro a setembro de 2025, conforme revelado pelo relatório de resultados financeiros divulgado nesta sexta-feira, 28. Os dados abrangem o terceiro trimestre do ano em análise.
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A receita total da empresa foi de R$ 12,3 bilhões, representando uma diminuição de 12,7% em comparação com o mesmo período de 2024, que registrou uma receita de R$ 14,1 bilhões.
Apesar da queda na receita, os custos operacionais tiveram uma leve redução, passando de R$ 11,8 bilhões em 2024 para R$ 11,7 bilhões em 2025, correspondendo a uma diminuição de R$ 155 milhões (1,31%). No entanto, houve um aumento significativo nas despesas gerais e administrativas.
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Em 2024, esses gastos totalizaram R$ 3,1 bilhões, enquanto em 2025 alcançaram R$ 4,8 bilhões, um aumento de R$ 1,7 bilhão (53,5%). Esse acréscimo foi impulsionado principalmente pelo pagamento de precatórios, decorrentes de decisões judiciais definitivas.
Pagamento de Precatórios
Em 2025, os Correios registraram um pagamento de precatórios no valor de R$ 2,1 bilhões, em comparação com R$ 483 milhões no ano anterior. Esse montante representou uma parcela significativa das despesas adicionais.
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Desempenho no Terceiro Trimestre
O terceiro trimestre de 2025 foi marcado pelo 13º trimestre consecutivo de prejuízo para a estatal. O prejuízo acumulado no primeiro semestre do ano já havia atingido R$ 4,36 bilhões.
Plano de Reestruturação e Recuperação Financeira
Diante da crise financeira, a gestão dos Correios implementou um plano de reestruturação com o objetivo de equilibrar as finanças. A estratégia envolve a captação de recursos, estimada em até R$ 20 bilhões, com previsão de conclusão até o final de novembro.
Esse aporte é considerado essencial para a transição estrutural planejada.
O plano de reestruturação foi desenvolvido após uma análise detalhada da situação financeira e do modelo de negócios da empresa. A reestruturação será dividida em três fases: recuperação financeira, consolidação e crescimento. As medidas incluem o Programa de Demissão Voluntária, remodelagem dos custos com plano de saúde, 100% de adimplência com fornecedores, modernização da infraestrutura tecnológica, liquidez durante a evolução do modelo econômico da empresa e a monetização de ativos, com potencial de receita de R$ 1,5 bilhão.
Além disso, a empresa buscará otimizar a rede de atendimento, eliminando até mil pontos deficitários, expandir o portfólio para e-commerce e estabelecer parcerias estratégicas. A possibilidade de operações de fusões, aquisições e reorganizações societárias também será considerada para fortalecer a competitividade da estatal no médio e longo prazo.
Com o plano de reestruturação, a empresa espera reduzir o déficit em 2026 e alcançar a lucratividade em 2027.
