Correios anunciam plano para evitar rombo de R$ 23 bilhões. Presidente Emmanoel Rondon detalha estratégia com captação de R$ 12 bilhões e PDV de 15 mil funcionários
Em 29 de dezembro de 2025, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, apresentou um plano de recuperação financeira para a estatal, visando evitar um rombo de R$ 23 bilhões em 2026. A situação crítica se deve à insuficiência de caixa, que levaria à postergação de pagamentos e ao aumento do endividamento da empresa.
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Rondon enfatizou que o cenário, caso não haja correção, seria “extremo”, com paralisação de serviços e operações.
O plano de recuperação prevê a captação de R$ 12 bilhões, provenientes de um contrato de empréstimo com um grupo de cinco grandes bancos – Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander. O montante será utilizado para quitar dívidas e renegociar obrigações em atraso.
A primeira etapa do plano, que se estenderá até março de 2026, terá um caráter emergencial, focando na recuperação da liquidez. Além disso, a estatal planeja reduzir despesas, com um Programa de Demissão Voluntária (PDV) que visa desligar 15 mil funcionários, representando 18% do quadro total.
A empresa também pretende otimizar a malha logística, fechando 1.000 unidades, sem impactar a universalização dos serviços.
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Rondon destacou que a viabilidade do modelo de negócios dos Correios, assim como de outras empresas similares, deixou de ser sustentável devido a mudanças no ambiente, como a queda das receitas com cartas e o crescimento do e-commerce. A estatal enfrenta desafios como uma estrutura de despesas com 90% de gastos fixos, incluindo a folha de pagamento (62%), além de defasagem tecnológica, perda de competitividade no setor de encomendas e uma cultura organizacional que precisa ser centralizada no cliente.
Para superar esses obstáculos, a estatal planeja implementar quatro grandes programas até 2026 e 2027, incluindo a reestruturação da folha de pagamento, a otimização da rede de operações e a criação de parcerias com outras empresas para diversificar atividades de serviços financeiros e seguros.
A empresa também pretende alienar imóveis ociosos, gerando uma receita estimada de R$ 1,5 bilhão.
O plano de recuperação será executado em três fases. Na primeira fase (até março de 2026), o foco é na captação imediata de R$ 12 bilhões. Na segunda fase (de 2026 a 2027), a estatal realizará uma reestruturação das contas, buscando uma economia anual de R$ 7,4 bilhões.
A terceira fase, a partir de 2027, envolverá uma consultoria externa para avaliar os arranjos societários e o futuro dos Correios. A estatal espera que os efeitos do plano de recuperação se diluam nos próximos anos, com impacto integral em 2027.
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