Copom e FED avaliam cenário econômico e futuro da Selic e Fed Funds. Ata do Copom flexibiliza postura, mas FED mantém juros em janeiro.
O mercado financeiro acompanhava de perto a divulgação dos indicadores econômicos dos Estados Unidos e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), buscando sinais sobre a futura trajetória da política de juros nos dois países. A expectativa era de mudanças, mas a realidade apresentou um cenário com nuances.
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A ata do Copom revelou um tom mais flexível, ou “dovish”, em comparação com o comunicado da reunião anterior, que havia replicado as mesmas preocupações já observadas em encontros anteriores.
O Comitê revisou o diagnóstico da inflação e da atividade econômica, reconhecendo um movimento de desaceleração em ambos os casos, incluindo a inflação de serviços. Além disso, o Comitê introduziu uma nova abordagem, separando os fatores conjunturais dos estruturais na análise dos dados do mercado de trabalho.
Apesar do desemprego permanecer em níveis historicamente baixos, o Comitê identificou sinais de moderação, como a redução da população ocupada.
Inicialmente, muitos analistas interpretaram a postura mais flexível do Copom como um indicativo de que o início dos cortes na taxa básica de juros (Selic) poderia ocorrer já em janeiro, com uma redução de 0,25 ponto percentual. No entanto, o Comitê ressaltou a importância dos juros elevados na contenção da inflação e da atividade econômica, enfatizando que a política monetária adotada até então havia produzido os efeitos desejados.
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A discussão sobre o início do corte de juros permanece aberta, dependendo de novos dados.
Nos Estados Unidos, o aumento do desemprego para 4,6%, acima das expectativas, foi influenciado pelo corte de 105 mil vagas em outubro, decorrente do “shutdown” do governo, que paralisou as atividades e a divulgação de indicadores. Contudo, em novembro, houve a criação de 64 mil postos de trabalho, superando as previsões do mercado.
Diante dessa melhora e da inflação ainda acima da meta, o Federal Reserve (FED) manteve as taxas de juros em janeiro, entre 3,5 e 3,75%, evitando uma postura contracionista. O FED possui tempo para avaliar os indicadores e a evolução da economia no início de 2024.
Existe uma expectativa do mercado por cortes de juros nos Estados Unidos, visando estimular o fluxo de investimentos para outros mercados.
A conjuntura econômica, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, sugere que janeiro pode não trazer novidades em relação à política de juros, aguardando a evolução dos indicadores econômicos.
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