Copom e Títulos Prefixados: Análise do Cenário Atual
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) nesta quarta-feira, 10, não trouxe surpresas significativas. A expectativa predominante entre os especialistas é que a redução da taxa Selic comece no início de 2026. Essa previsão se baseia na análise da curva de juros futuros, que reflete as expectativas de inflação, atividade econômica e política monetária.
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O cenário atual apresenta oportunidades para investidores que buscam títulos prefixados, ativos que fixam uma taxa de juros em um determinado período.
Títulos Prefixados e a Marcação a Mercado
A rentabilidade dos títulos prefixados acompanha a movimentação da curva de juros futuros. Essa dinâmica, conhecida como marcação a mercado, altera diretamente o preço do título. Quando os juros sobem, o valor de mercado diminui, e quando recuam, o título se torna mais caro.
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Investidores que travem uma taxa de retorno em um momento específico correm o risco de perder ganhos se o juro futuro aumentar. Christiano Clemente, CIO do Santander Private Banking, ilustra essa situação com a comparação ao fim de uma feira: “Imagina que você foi à feira, comprou 1 kg de laranja por R$ 5 às 8h.
Geralmente, no final da feira, essa mesma laranja está mais barata, e agora vale R$ 3. Isso é uma marcação ao mercado”.
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Riscos e Recomendações de Investimento
Vender um título prefixado antes do vencimento pode resultar em prejuízo se o mercado estiver desfavorável. Marília Fontes, sócia-fundadora da Nord Investimentos, ressalta que esse tipo de investimento exige um perfil de risco moderado ou mais conservador.
Investidores que não podem correr o risco de perdas em resgates antecipados devem ter cautela, mesmo com os juros em níveis historicamente elevados. Álvaro Frasson, estrategista macro do BTG Pactual, sugere que mesmo o investidor mais arrojado não deveria passar de 15% da carteira em títulos prefixados.
Títulos IPCA+ e a Proteção Inflacionária
Diferentemente dos títulos prefixados, o Título IPCA+ é um ativo híbrido, que combina uma taxa prefixada (o valor após o “+”, que corresponde ao juro real) com um valor pós-fixado, que acompanha a inflação (IPCA). Em um cenário ideal de queda de juros, com um Banco Central crível, até 60% da carteira pode ser alocado em títulos prefixados.
No entanto, com a perspectiva de um ano eleitoral e problemas fiscais, a recomendação é de no máximo 10%.
