COP30: Protestos e Aceleração nas Negociações Climáticas em Belém

COP30: Protestos e negociações aceleradas em Belém. Manifestantes invadem COP30, ferindo seguranças. Embaixador André Corrêa do Lago minimiza incidente. Negociações avançam com engajamento da Índia sobre financiamento climático

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(Imagem de reprodução da internet).

COP30: Negociações Aceleradas e Contradições no Cenário Climático

A Conferência das Partes (COP30) amanheceu nesta quarta-feira (12.nov) com segurança reforçada e filas maiores, resultado do protesto da noite anterior. Manifestantes sem credenciamento invadiram o saguão da Zona Azul, quebraram um aparelho de raio-X e feriram dois seguranças.

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Apesar do incidente, as negociações avançam em ritmo acelerado, surpreendendo diplomatas brasileiros. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da conferência, classificou o episódio como “uma coisa que acontece em um país democrático como o Brasil”, admitindo um “excesso” na reação.

As três COP anteriores foram realizadas em países com restrições à liberdade de manifestação: Azerbaijão, Emirados Árabes e Egito. O foco das discussões na COP30, que acontece em Belém, é a busca por soluções para o aquecimento global, mas a realidade se mostra complexa e marcada por contradições.

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O governo brasileiro defende o fim dos combustíveis fósseis nos discursos da conferência, mas continua a liberar a exploração de petróleo na Margem Equatorial e avança com novas frentes de exploração.

Protestos e Contradições

Um dos pontos de tensão é o protesto da Marcha Global por Saúde e Clima, que reuniu cerca de 3.000 pessoas na terça-feira (11.nov) e se estendeu ao saguão da COP30. Líderes indígenas da região do baixo Tapajós, que participaram do protesto, deram entrevista na UFPA, afirmando que não planejaram a invasão e acusando o governo de tentar mostrar que gosta de indígenas.

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A manifestação, que partiu de uma barqueata na Baía de Guajará, contou com a participação de pessoas de 60 países e tinha como objetivo defender a Amazônia.

Avanços nas Negociações

Dentro da conferência, as negociações avançam em clima construtivo, com países propondo soluções em vez de apenas defender suas posições. O embaixador Túlio Andrade, que coordena as consultas em nome de Corrêa do Lago, destacou o engajamento da Índia, que tradicionalmente resiste a avanços sobre obrigações climáticas de países desenvolvidos.

Apesar das tensões, o diplomata ressaltou que o país está “muito comprometido e engajado”, apresentando suas preocupações de forma “positiva”. As negociações sobre o artigo 9.1 do Acordo de Paris, que trata da obrigação de países desenvolvidos proverem financiamento aos países em desenvolvimento, são um dos pontos centrais das discussões.

Desafios e Obstáculos

Apesar dos avanços, outras negociações não seguem o mesmo ritmo. A agenda de adaptação climática, prioridade do Brasil, está travada. O embaixador André Corrêa do Lago admitiu que “talvez não esteja avançando como gostaríamos”, mas ressaltou que “está avançando”.

A cúpula de líderes, realizada antes da COP30, permitiu que as negociações técnicas começassem logo, “dando tempo aos negociadores para negociar e debater”. O número de metas climáticas entregues representa pouco mais da metade dos 198 países signatários do Acordo de Paris.

A conferência já recebeu 113 NDCs atualizadas –mais de cem enviadas após o início da COP30. A cúpula vai oficialmente até 21 de novembro.

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