COP30 em Belém busca avanços em meio à tensão global. Embaixador André Corrêa do Lago lidera Presidência. Evento enfrenta desafios climáticos e lacunas no financiamento climático
A Conferência das Partes (COP30), realizada em Belém, Brasil, gerou expectativas consideráveis, buscando apresentar avanços cruciais em um contexto de crescente tensão geopolítica global. A Presidência brasileira, com a participação do embaixador André Corrêa do Lago, ofereceu aos participantes um espaço que transcendia a simples realização de uma conferência, proporcionando uma visão imediata das consequências do aquecimento global.
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Durante o evento, os delegados enfrentaram condições climáticas adversas, incluindo calor intenso, fortes chuvas que causaram alagamentos e um incêndio no local, evidenciando a realidade de um planeta em rápida transformação e a necessidade urgente de colaboração internacional para garantir a sobrevivência e a resiliência.
A COP30 iniciou com um compromisso financeiro de mais de US$ 5,5 bilhões (aproximadamente R$ 31 bilhões) para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, com foco na proteção e restauração das florestas tropicais. O acordo final, denominado “Mutirão Global”, refletiu a mobilização coletiva em torno das questões climáticas.
Um dos avanços significativos foi a decisão de acelerar a mobilização de US$ 1,3 trilhão (aproximadamente R$ 7,3 trilhões) para o financiamento climático. Essa meta, expressa de forma mais direta do que em anos anteriores, visa promover a cooperação global.
Um novo programa de trabalho de dois anos, copresidido por países desenvolvidos e em desenvolvimento, foi estabelecido, juntamente com um evento ministerial de alto nível.
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O acordo entre Turquia e Austrália, com a Turquia sediando a COP31 e a Austrália presidindo as negociações, destaca a importância de abordar as vulnerabilidades específicas dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.
Apesar dos avanços, algumas fragilidades permaneceram. O roteiro para a transição dos combustíveis fósseis, apoiado por mais de oitenta países, não foi incorporado ao texto final. Em vez disso, o documento se baseou no “Consenso dos Emirados Árabes Unidos” e em um evento de alto nível agendado para 2026, com o objetivo de “trocar opiniões e experiências”, o que carece de um senso de urgência e responsabilidade.
A meta de triplicar o financiamento para adaptação, estabelecida em US$ 300 bilhões (aproximadamente R$ 1,68 trilhão) no ano anterior, foi considerada insatisfatória. Além disso, a inclusão dessa meta dentro do financiamento climático cria uma dinâmica de soma zero entre a mitigação e a adaptação, o que pode enfraquecer a ação climática abrangente.
A Presidência brasileira reconheceu essas fragilidades e, após a conclusão do texto final, anunciou dois roteiros próprios. Um visa interromper e reverter o desmatamento, enquanto o outro busca conduzir a transição energética e o abandono dos combustíveis fósseis.
Essa abordagem representa um progresso gradual, aceito por todos, mas que mantém o impulso ao trabalhar com aqueles dispostos a demonstrar o que é possível alcançar.
A questão que permanece após a COP30 é se essas ações serão suficientes para evitar que milhões de pessoas enfrentem as consequências de eventos como calor extremo, inundações e incêndios, como foi demonstrado de forma tão clara em Belém.
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