Conclusões da COP30: Um Acordo Tênue em Belém
A Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada na cidade amazônica de Belém, Brasil, encerrou-se com um acordo que não atendeu às demandas de muitos países. A principal exceção foi o compromisso dos países ricos em triplicar seus gastos para auxiliar na adaptação de outros países aos efeitos do aquecimento global.
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A cúpula destacou tensões persistentes entre nações dependentes de combustíveis fósseseis e a necessidade urgente de ação climática global.
Um dos pontos centrais da cúpula foi a questão dos combustíveis fósseis. O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou a reunião com um pedido para que os países chegassem a um acordo sobre a eliminação desses combustíveis, em consonância com a promessa da COP28 em Dubai.
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No entanto, nações árabes ricas em petróleo e outras dependentes de combustíveis fósseis bloquearam qualquer menção ao assunto, resultando em um plano voluntário, sem obrigações, que se assemelha a conclusões anteriores de COP27 e COP29.
Unidade Global e Responsabilidade dos Países Ricos
A necessidade de demonstrar unidade global nas negociações sobre o clima foi um tema central. Reconheceu-se que os países mais poluidores, que historicamente dependem de combustíveis fósseis, devem assumir a maior parte da responsabilidade na resolução do problema.
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Contudo, para alcançar um acordo final, os países ricos abandonaram ambições mais rígidas, incluindo metas obrigatórias para reduzir as emissões de gases causadores do aquecimento global.
A Ausência dos EUA e a China
A ausência dos Estados Unidos nas negociações foi notada, o que encorajou países com interesses em combustíveis fósseis. A China, governada por Xi Jinping, desempenhou um papel de liderança nos bastidores, embora seu presidente não tenha participado das negociações.
A delegação chinesa apresentou representantes de empresas de energia solar, baterias e veículos elétricos, demonstrando o compromisso do país com soluções de energia limpa.
Foco nas Florestas e Direitos Indígenas
A realização da cúpula em Belém, uma cidade na floresta amazônica, permitiu que o Brasil destacasse a importância das florestas remanescentes no mundo para combater as mudanças climáticas, reconhecendo o papel dos povos indígenas como guardiões das terras naturais.
No entanto, muitos participantes da Amazônia e de outras regiões expressaram frustração por não serem ouvidos, realizando protestos que resultaram em conflitos com seguranças. Apesar disso, foram anunciados investimentos de aproximadamente US$ 9,5 bilhões em financiamento florestal, incluindo recursos para o principal fundo de florestas tropicais do Brasil e uma iniciativa para o Congo.
Desafios à Ciência Climática
Apesar dos esforços para combater a desinformação sobre as mudanças climáticas, a COP30 não conseguiu fortalecer o consenso global em torno da ciência climática. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) foi deixado de lado como a principal fonte de informação, sendo valorizados também os resultados de países em desenvolvimento e relatórios regionais.
A cúpula também ignorou os alarmes emitidos pelos cientistas, deixando de lado a questão dos combustíveis fósseis e as metas de emissões.
