Constituído como o primeiro passo para a desescalada do conflito, segundo avalia internacionalista

O especialista considera Donald Trump como mediador da paz, e a Europa deverá desempenhar o papel de garante.

19/08/2025 12:36

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Constituído como o primeiro passo para a desescalada do conflito, segundo avalia internacionalista
(Imagem de reprodução da internet).

O encontro entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, é o “primeiro passo em direção à desescalada do conflito, uma tentativa de resolução, uma porta que não parecia estar aberta antes”. A afirmação é da professora de Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Ana Carolina Marson, em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, na manhã desta terça-feira (19).

A avaliação do especialista ocorreu após o encontro do presidente ucraniano e de líderes europeus com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, na última segunda-feira (18). Durante a reunião, Trump telefonou ao Kremlin russo em um gesto para facilitar um futuro encontro entre Putin e Zelensky mediado pelos EUA. Se ocorrer, esta seria a primeira reunião entre os chefes de Estado dos países envolvidos no conflito desde o início da guerra, em março de 2022.

A reunião de ontem foi essencial, pois não podemos resolver um conflito sem trazer para a mesa de negociação as duas partes envolvidas. Então existe essa tentativa de buscar a paz, mas vemos que os Estados Unidos, como o próprio Trump postou no Truth Social, querem se colocar mais como um intermediador do que, de fato, um garantidor. Eles querem que a Europa se coloque como garantidora, enquanto os Estados Unidos tomam essa posição mais de zelador, de intermediador, não querendo se envolver diretamente.

Na avaliação da internacionalista, a Europa deveria atuar como financiadora, uma vez que um dos obstáculos do governo russo para o encerramento do conflito é a potencial adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A Europa, portanto, agiria em duas frentes: acalmando a Rússia e reforçando a Ucrânia militarmente. “A garantia oferecida pela Europa seria assegurar essa viabilidade da Ucrânia se defender de forma independente.”

Enquanto temos o pedido de Putin para que a Ucrânia não entre na OTAN, essa não entrada deixa o país desprotegido. A Europa, como garantidora, surge primeiro nessa posição de financiadora, emprestando o montante que a Ucrânia vai precisar para adquirir os armamentos dos Estados Unidos e também como garantidora no sentido de que não aceitará a Ucrânia na organização.

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Para Ana Carolina, a declaração recente de Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim, comemorando as negociações sobre o fim do conflito, é até um pouco oca, no sentido de não existir a chance de outro país manifestar apoio aberto à guerra. Esse posicionamento da China é importante, contudo, como ele não é acompanhado por ações, inclusive do governo chinês, seja no âmbito da ONU, seja bilateralmente com a Rússia ou com a Ucrânia, essa fala fica um pouco desprovida de significado.

Para audir e visualizar.

O jornal Conexão BdF transmite em duas edições, de segunda a sexta-feira: a primeira às 9h e a segunda às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

Fonte por: Brasil de Fato

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